quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Bulas Ilegíveis

Percebi o quanto certos textos são de leitura e interpretação complexas, exigindo uma grande erudição em nossa língua portuguesa para seu entendimento. Não obstante, os mesmos textos são muito extensos e apresentam letras minúsculas, tornando a leitura cansativa. O uso de muitos termos técnicos específicos para uma certa área de conhecimento é, igualmente, um obstáculo para a compreensão dos textos pela população em geral.

Um exemplo prático são as chamadas bulas de medicamento, uma espécie de "manual de instruções" para o uso do remédio. Na bula, constam informações como composição, ação, metabolização e efeitos colaterais do medicamento, entre outros dados. O grande problema é que a bula torna-se ilegível até mesmo para cidadãos de nível superior. Não são todas as pessoas que entendem o significado de termos como "farmacodinâmica", "efeitos adversos" ou "posologia", bem como definir o que é "receptor alfa-adrenérgico" ou "inibição da recaptação de serotonina". E a bula é sempre escrita em letras microscópicas.

O mesmo acaba valendo para cosméticos, cujos componentes são escritos em inglês. É verdade que muitas pessoas hoje em dia têm conhecimento do idioma da Terra da Rainha graças à internet e aos jogos eletrônicos, mas nem todos aqui no Brasil têm a obrigação (e nem condição) de aprender inglês. Ou será que todos têm ideia do que é methylparaben, propylparaben ou titanium dioxide?

Seria muito melhor que as bulas fossem mais "acessíveis" à população brasileira, com linguagem menos rebuscada, simplificação dos termos técnicos e letras maiores. As informações técnicas sobre o medicamento são fundamentais, mas acho que todo paciente tem o direito de saber o que é o princípio ativo que ele está consumindo, bem como os seus efeitos.

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