quarta-feira, 14 de agosto de 2013

E se o Gigante Acordar no Futebol?

Imagem extraída de http://www.facebook.com/coritibaoficial

A entrevista que Alex Cabeção concedeu ao jornal Lance e que foi publicada na última sexta-feira rendeu muita discussão sobre a atual situação do futebol brasileiro.

Alex, a meu ver, não falou nenhuma mentira em sua entrevista e apenas disse o que muitos não têm coragem de falar.

Críticas aos veículos de comunicação, à falta (ou talvez omissão) de consciência política de nós brasileiros, às atitudes dos nossos cartolas mais preocupados com os lucros do que a qualidade do futebol, entre outros assuntos.

Alguns dos argumentos levantados por Alex já eram defendidos por outras pessoas do meio esportivo. Paulo César Caju, por exemplo, sempre criticava o silêncio dos atletas em relação às injustiças que eles mesmo sofriam e o amadorismo dos dirigentes na hora de gerir um clube. O ex-atacante e deputado federal Romário também é mais uma voz contra os erros cometidos pelas entidades que gerenciam nosso esporte.

Alex, Caju e Romário levantaram questões que, infelizmente, as pessoas ligadas ao esporte, por alguma razão, não discutem. Não se sabe devido a ingenuidade ou omissão.

O nosso futebol está ruim em todos os sentidos e isso é fato. Ou alguém aí está satisfeito com os times que jogam com mais raça do que habilidade? Com os árbitros que cometem erros crassos? Com os treinadores sem ousadia que só armam ferrolhos para segurar um empate? Com os estádios e gramados sem infra-estrutura adequada? Com os jogos do Brasileirão marcados em datas FIFA (na Europa, a Champions League e os campeonatos nacionais são suspensos nos dias de amistosos)? Com os cartolas que permanecem por anos no poder e não fazem nada para melhorar a qualidade do futebol como um todo?

Alex chegou a comentar, também, a respeito dos protestos contra o aumento do preço das passagens. Como o assunto veio à tona na entrevista, eu questiono: e no dia em que o "Gigante" acordar no futebol também, como será a reação do brasileiro? Como será o dia em que os atletas se conscientizarem de que eles podem revindicar por melhorias no esporte? No início da temporada 2011-12, os times do futebol italiano e espanhol cruzaram os braços e algumas rodadas dos campeonatos daqueles países precisaram ser adiadas.

Basta uma única faísca para provocar um incêndio. Basta um pequeno ruído para provocar uma avalanche. Basta uma única voz contrária para explodir uma revolução. E se a voz de Alex ecoasse no futebol da mesma forma que um pequeno aumento de vinte centavos no preço da passagem de ônibus desencadeou centenas de protestos no Brasil?

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