terça-feira, 6 de agosto de 2013

Há Vinte Anos Atrás...

Imagem extraída do Facebook oficial de Raí- http://www.facebook.com/rai10oficial

Faz pouco mais de sete anos e meio que o meu Tricolor foi ao Japão pela última vez. Na ocasião, o São Paulo, comandado pelo próprio Paulo Autuori, enfrentou o Liverpool com uma equipe mais preocupada com os aspectos defensivos do que ofensivos. Como torcedor, pareço estar cuspindo no prato onde como, mas nós, tricolores, temos que admitir: nada como aquele timaço dirigido pelo Mestre Telê em 1992, há pouco mais vinte anos atrás.

O Mestre era um treinador obcecado pelo futebol bonito. Para ele, não bastava apenas vencer uma partida: Telê queria ver os seus times atacando o tempo todo. E o time precisava apresentar dribles, toque de bola, jogadas bonitas, ... Me lembra muito o jeito de pensar de outro grande mestre, Johan Cruyff.

Antes do São Paulo, o Flamengo de Zico e Júnior (em 1981) e o Grêmio de Renato Gaúcho (1983) estiveram no Japão. Era uma época quando ainda fazíamos jus ao rótulo de "país do futebol", com alguns bons meias e atacantes. O Soberano dirigido pelo mestre não era uma exceção.

Telê não se deixou abater pelas eliminações nas copas do mundo de 1982 e de 1986 e continuou firme em sua filosofia. O sucesso que o Mestre não teve na Seleção Brasileira com a geração de Sócrates, Zico e Falcão, ele alcançou no São Paulo com Raí, Müller, Cafú, Palhinha, Leonardo, entre outros. O estilo de jogo não era muito diferente, com muita ofensividade e jogo coletivo. Foi uma grande partida contra o Barcelona do Mestre Cruyff. A dobradinha sobre o Milan em 1993 colocaria o Tricolor definitivamente no mapa do futebol mundial.

É uma pena, no entanto, que o tempo tenha passado e o São Paulo tenha deixado de lado a filosofia do Mestre Telê (que faleceu em 2006). Na campanha do tri-mundial, o São Paulo entrou em campo com três zagueiros (Lugano, Fabão e Edcarlos) e dois volantes (Mineiro e Josué). No jogo de amanhã contra o Kashima Antlers, válido pela Copa Suruga Bank, a tendência é que Paulo Autuori entre com um esquema de três volantes e crie oportunidades apenas nos contra-ataques ou bolas paradas.

Independente do Tricolor triunfar ou não amanhã sobre os Antlers, dificilmente veremos aquele jogo encantador com toque de bola, dribles e futebol arte de vinte anos atrás. Uma pena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário