domingo, 4 de agosto de 2013

Ouçam os Ex-Craques, Santistas

Hoje eu pretendia escrever uma resenha criticando as cobranças de alguns torcedores e de alguns veículos da imprensa após a goleada que o Peixe levou do meu Barça na sexta-feira passada. Eu achei, em princípio, um exagero afirmar que o Barcelona havia imposto uma "crise" no time praiano.

Quando ex-craques, no entanto, escrevem críticas ao desempenho do Santos na Catalunha, aí sou obrigado a me curvar ante eles e concordar. Motivo? Eu nunca joguei bola profissionalmente na vida, enquanto os ex-atletas que emitiram suas opiniões são jogadores consagrados, vencedores de grandes títulos e que demonstravam técnica e/ou habilidade capaz de ofuscar, acredito eu, até mesmo Lionel Messi.

Quem são os referidos ex-craques? Estou apenas falando de Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão; Antônio Wilson Vieira Honório, o Coutinho; e José Macia, o Pepe ou Canhão da Vila.

Sobre o Tostão, eu não preciso me alongar muito: eu acompanho sua coluna publicada às quartas-feiras e aos domingos no jornal Folha de São Paulo (que você pode acessar através do link aqui em meu blog). Também só preciso dizer que Tostão formou com Pelé e Rivelino o ataque da melhor Seleção Brasileira de todos os tempos, a de 1970. Pepe e Coutinho formaram junto com Pelé, Dorval e Mengálvio o ataque dos sonhos do Santos nos anos 60. Não é nenhum exagero dizer que eles foram responsáveis por colocar o Peixe no mapa do futebol mundial. Os dois também estiveram presentes na Seleção bicampeã mundial em 1962. São pessoas que, portanto, entendem muito de futebol. E de futebol bem jogado.

Os três ex-craques fizeram algumas críticas ao desempenho do Santos diante do Barça. Tostão aproveitou a oportunidade e mencionou a retranca do São Paulo ante o Bayern München, em partida que terminou 2x0 para os alemães.

Pode ser que algumas pessoas acreditem que Pepe, Tostão e Coutinho estejam apenas "cornetando" a derrota do Santos para "aparecerem", mas eu acho que todos os santistas deveriam, sim, dar ouvidos aos ex-craques, incluindo atletas, comissão técnica e dirigentes. Aliás, todos os clubes deveriam ouvir o que o trio disse a respeito da derrota do Peixe, pois as críticas que eles fizeram cabem a quase todos os times brasileiros.

Algo que Paulo Cézar Caju (que também esteve presente na Seleção tricampeã em 1970) sempre dizia em sua coluna no extinto Jornal da Tarde era justamente a falta de atenção dos clubes a ex-craques. Caju dizia que grandes ex-jogadores sempre tem o que ensinar aos garotos. Ensinar muito mais do que marcação ou cobranças de faltas. Essa era uma das teorias defendidas por Caju para explicar o baixo nível de nosso futebol.

Meninos da Vila, vocês são muito jovens e terão um longo caminho a percorrer até chegarem ao nível de Messi. Não encarem as críticas de Tostão, Pepe e Coutinho como uma bronca mas sim como um ensinamento dado por professores. Aliás, os três ex-craques podem, sim, ser considerados "professores" porque tem algo de bom a ensinar às novas gerações do futebol, bem ao contrário de certos treinadores que não abrem mão de seus volantes brucutus.

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