segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O Timão Errou ao Não Renovar com Chicão

Imagem extraída do Facebook oficial do Corinthians- http://www.facebook.com/corinthians/

Eu costumo valorizar muito o tempo de casa de um funcionário em uma empresa. Acredito que uma pessoa que esteja há anos prestando serviços a uma determinada entidade significa que ela assimila completamente os valores e a filosofia da fundação. Claro que isto não vale para pessoas que realizam manobras para permanecerem no poder durante anos.

O zagueiro Chicão tem história no Corinthians. Não o considero um atleta diferenciado, mas é um zagueiro que comete poucas faltas, cobra faltas e escanteios com precisão e, ainda, é um líder em campo. Pesa também o fato do defensor ter renunciado à sua vaga no Figueirense (que estava na Série A do Brasileirão em 2008) para ir jogar no recém-rebaixado Corinthians. Foram cinco anos e meio de serviços prestados ao Timão, desde a sua vinda em janeiro de 2008 até a sua transferência para o Flamengo na semana passada, provavelmente, por influência do atual treinador do Mengão, Mano Menezes, com quem Chicão trabalhou no próprio Corinthians. O defensor estava sem espaço no Coringão há algum tempo.

Quando o ambiente no clube, de alguma forma, torna-se insustentável para o atleta, não há o que fazer. Eu lamento, no entanto, justamente o fato de Chicão ter muitos anos de sua carreira dedicados ao Corinthians. Mais do que isso, vejo o atleta com grande identificação com os valores e com a filosofia do Timão. Eu acho, portanto, que o Coringão deveria se esforçar (ou, pelo menos, demonstrar esforço) na manutenção de seu atleta, pois ele tem algo de positivo a transmitir aos companheiros de elenco.

Faz parte do desafio do futebol renovar o elenco e permitir que o clube respire novos ares de tempos em tempos. Há, no entanto, valores que apenas funcionários com muito tempo de casa poderiam demonstrar e transmitir às próximas gerações de atletas. E são justamente esses valores de amor e respeito ao clube que justificam a presença e a permanência de veteranos como Puyol, Rogério Ceni, Steven Gerrard, Léo, Sebastian Kehl, Juninho Pernambucano, Riquelme e outros trintões no elenco de alguns dos grandes times do Brasil e do mundo.

O Corinthians, a meu ver, errou ao não renovar com Chicão. Perdeu-se a chance de manter um jogador capaz de ensinar às próximas gerações lições de respeito e amor ao clube, algo que está faltando muito no futebol de hoje, e também nas empresas de maneira geral. Uma pena.

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