domingo, 11 de agosto de 2013

Robinhos, Neymares e Afins

Não vai ser fácil para o Santos passar por mais esta fase de transição. Já expliquei em posts anteriores que todas as vezes que os times perdem atletas importantes, eles passam por um período de irregularidade até que a equipe tenha entrosamento e padrão de jogo novamente. Como o Brasil é um país que perde muitos atletas à Europa, todos os nossos times de sucesso tendem a passar por muitos altos e baixos.

Não foi fácil para o Santos perder Pelé para o Cosmos e ficar mais de vinte anos sem faturar títulos importantes. Da mesma forma, a saída de Robinho para o Real Madrid em 2005 abalou muito a equipe praiana. E o ciclo agora deve se repetir com a ida de Neymar para o Barcelona. O Peixe está novamente à procura de um novo craque que possa preencher o vazio deixado pela sua última joia.

Espero, contudo, que todos os santistas não se precipitem com a nova safra de garotos que foi efetivada para o time profissional -Neílton, Gabigol, Victor Andrade, Giva, ...- e acreditem que um deles será um novo Neymar ou Robinho. Vamos com calma.

Cada um dos garotos que eu mencionei tem talento e potencial para brilhar, seja no próprio Santos, seja em algum clube no exterior. Todos eles, contudo, ainda terão um longo caminho a percorrer até se igualarem -ou superarem- seus predecessores. Eles ainda estão se acostumando com a responsabilidade de atuar pelo time profissional e terão muito a aprender e a amadurecer. O próprio Neymar, quando foi efetivado em 2009, passou por muitos altos e baixos até se sagrar como o craque que é hoje. Não podemos esperar, portanto, que algum deles brilhe logo de cara e faça o torcedor santista esquecer Neymar imediatamente. Temos de ter paciência com os meninos.

O que mais me preocupa, contudo, são as constantes comparações dos garotos com os ídolos santistas. Neílton, por exemplo, foi comparado várias vezes a Neymar quando faturou a Copa São Paulo de Futebol Juniores neste ano. Eles têm suas semelhanças, é verdade, mas esse tipo de comparação chega a ser muito perigosa e pode até mesmo fazer o garoto se desviar do caminho certo.

Todas as partes envolvidas no futebol do Santos -torcida, outros jogadores, comissão técnica e dirigentes- devem, sim, apoiar os garotos que ainda ontem estavam terminando o ensino médio e agora terão de arcar com a responsabilidade de um adulto ao defenderem as cores do Peixe no time profissional. Não se pode, no entanto, esperar que um desses meninos seja "Novo Robinho" ou um "Novo Neymar" Cada indivíduo é único, cada jogador tem o seu estilo e cada atleta faz o seu caminho.

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