quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Maior do que Qualquer Troféu

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- http://www.facebook.com/FCBayern

Quando a UEFA anunciou os três candidatos a melhor jogador da temporada na Europa, declarei que minha torcida é sempre dirigida a Messi e ao meu Barcelona. Deixei claro, no entanto, que seria mais justo que o francês Ribéry fosse o vencedor, tanto pelo desempenho individual quanto pelo coletivo.

Lamento que nenhum representante do vice-campeão, Borussia Dortmund, tenha ficado entre os três finalistas. Muitos aurinegros brilharam nesta temporada, em especial Robert Lewandowski (que anotou quatro gols sobre o Real Madrid durante as semifinais), Marco Reus (brilhante tanto no Borussia quanto na Seleção Alemã) e Mario Götze (atualmente no Bayern München e que deu azar de se machucar antes da final contra o próprio Bayern).

A ausência mais sentida na minha opinião, contudo, foi a do holandês Arjen Robben. O grande herói do Bayern München na temporada, por muito pouco, não conseguiu ficar entre os três melhores -o ala ficou em quarto lugar na lista elaborada pelos jornalistas.

O camisa 10 começou muito mal a temporada 2012-13: foi considerado culpado pela perda do título da Champions League 2011-12 quando desperdiçou um pênalti, a sua Holanda foi eliminada da Euro 2012 sem ter marcado um gol ou ponto sequer, lesionou-se no começo da temporada e, quando voltou, viu sua vaga ser ocupada por Toni Kroos. Robben chegou a ser cotado para deixar o clube bávaro no final do ano passado, mas os dirigentes colocaram panos quentes na história.

O mundo, no entanto, dá voltas e Robben recuperou seu prestígio de forma brilhante, esbanjando talento com a bola e muita força física. O holandês, aliás, é o jogador que, em minha opinião, mais representa o que é ser o Bayern München, juntamente com Bastian Schweinsteiger: os dois são fortes, altos, rápidos, atuam com eficiência na armação de jogadas, marcam muito bem, sabem resolver um jogo individualmente ou coletivamente e têm visão de jogo para achar um companheiro bem posicionado na área. Robben, ainda por cima, é muito habilidoso com a bola e mostra um gingado que atletas altos raramente demonstram por serem um pouco desengonçados. O giro que ele deu antes de marcar um gol sobre o meu Barcelona é a síntese do que eu descrevi.

Quando o Bayern faturou o título da Champions na temporada 2012-13, fiz questão de exaltar como Robben deu a volta por cima. Ao marcar o gol do título, o holandês parecia estar exorcizando todo e qualquer fantasma que o atormentava desde o término da temporada anterior. Gritos, pulos, lágrimas. Foi um desabafo que veio à tona com a alegria de ter marcado o gol que valeu o título que havia lhe escapado duas vezes, em 2010 (contra a Internazionale) e em 2012 (contra o Chelsea).

Robben, infelizmente, não poderá ser eleito formalmente como o melhor jogador da Europa da última temporada, mas ele sabe muito bem que os seus feitos são muito maiores do que qualquer troféu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário