sábado, 3 de agosto de 2013

O Futebol Brasileiro Ainda Precisa do Caju

Faz dez meses que o Jornal da Tarde deixou de circular e, junto com o periódico, acabou a coluna de Paulo Cézar Caju.

Não canso de citar Caju aqui no meu blog. Ele sempre invocava os tempos das Seleções de 58, 62, 70 e 82 para descrever o momento de times como Barcelona, Borussia Dortmund e Bayern München. Ao mesmo tempo, o ex-meia descrevia com tristeza como estavam a Seleção Brasileira e os clubes do Brasil: muita violência e pouco futebol.

Passaram-se dez meses e o futebol não mudou: os times lá da Europa continuam anos-luz à nossa frente enquanto as equipes do Brasil e a nossa seleção tornaram-se o paraíso dos brucutus e dos burocratas. É só comparar os últimos jogos da Champions League com o nosso medíocre Campeonato Brasileiro para sentirmos a diferença.

Nossos treinadores continuam armando seus times muito mais para evitar uma derrota do que buscar um resultado. Onde está a ousadia? Onde estão os artistas da bola? Onde está o futebol-arte que nos consagrou no passado? Deram lugar aos times burocráticos, violentos e covardes armados pelos nossos "professores".

Os volantes brucutus e os zagueiros sem talento são idolatrados porque são considerados raçudos e porque não dão moleza para os adversários. Esses caras deveriam ser banidos do futebol, isso sim. Primeiro porque agredir um adversário é uma grande covardia e uma imensa falta de respeito com o colega de profissão. Segundo porque sujeito que perde a cabeça e tenta agredir um adversário assina atestado de incompetência por não ter a capacidade de vencer o rival na bola. E, terceiro porque esses caras confundem rivalidade com inimizade e dão um grande mau exemplo ao torcedor, mostrando que você tem razão de agredir um adversário simplesmente porque ele veste a camisa de um time que não seja o seu. Os "professores" e os dirigentes, ainda por cima, passam a mão na cabeça desses caras ao invés de dar uma punição exemplar. Cadê o Fair Play que sempre aparece estampado nos banners da FIFA? E digo mais: se o jogador vai agredir o adversário porque foi provocado em campo, o atleta em questão só mostra que é trouxa porque fez direitinho o que o rival queria.

Se os "professores" querem atletas raçudos, eu sugiro que procurem no canil, porque quem tem raça é cachorro. Jogador precisa ter técnica, talento, habilidade e visão de jogo. O mínimo que se espera de um atleta é que ele saiba executar os fundamentos e que ele jogue por amor à profissão, e não por raiva do adversário.

Repito mais uma vez: Caju parou de escrever sua coluna em outubro de 2012 mas as opiniões continuam muito atuais, mostrando que o futebol brasileiro evoluiu muito pouco. Muito pelo contrário: regrediu ainda mais.

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