sábado, 17 de agosto de 2013

Entre a Técnica e a Truculência

Imagem extraída de http://www.facebook.com/FIGC

No post anterior, enumerei as seleções para as quais vou torcer na Copa do Mundo de 2014, a ser realizada aqui no Brasil. Obviamente, vou torcer para os times que jogam bom futebol, com jogo limpo, toque de bola, dribles e afins.

Eu me recuso a torcer para as seleções retranqueiras ou que abusam das faltas, e isso inclui, infelizmente, o nosso Brasil. E olha que já fomos referência no futebol mundial, com um jogo que não era nem bonito: era artístico. Nós contávamos com uma infinidade de grandes craques, geniais, habilidosos e técnicos. Nos dias de hoje, contudo, o número de craques à disposição de nossa Seleção podem ser enumerados nos dedos de uma mão. Culpa dos nossos dirigentes e treinadores que montam elencos muito mais para marcar e evitar gols do que criar chances ou valorizar a posse de bola.

No meio do caminho entre a truculência e a técnica, está a Seleção Italiana, a segunda maior vencedora em copas do mundo com quatro títulos, ficando atrás apenas do Brasil que tem cinco canecos.

A Itália, após a conquista do tetra em 2006, não renovou o seu elenco e continuou apostando em Canavaro, Gattuso, Zambrotta e outros. O resultado foi uma equipe manjada, pouco criativa e previsível. Acabou sendo presa fácil dos adversários na Copa de 2010, assim como a França que cometeu o mesmo erro ao não renovar seu elenco.

A Azzurra, hoje comandada por Cesare Prandelli, parece outro time, embora ainda conte com a experiência dos veteranos Buffon e Pirlo (que eu considero o craque do time). Prandelli adotou a Juventus como base para a montagem de sua seleção. Chiellini, Marchisio, Barzagli, Bonucci e, claro, Andrea Pirlo e Gigi Buffon são alguns dos atletas que compõem a espinha dorsal da Seleção Italiana.

O estilo de jogo italiano também respira os ares de Turim, com o esquema de três zagueiros (por vezes, utiliza apenas dois), os laterais mais adiantados com liberdade para apoiar o ataque e as jogadas feitas com a bola no chão. Não escondo que, no Campeonato Italiano, o futebol da Juve é o que mais me agrada pela sua elegância e pelo seu toque de bola. Fico muito satisfeito que Prandelli tenha levado essas características para a Seleção Italiana, que sempre se notabilizou pela forte defesa mas pouca técnica ou habilidade.

A Itália, contudo, não deixou suas raízes de lado e continua apostando em atletas que se notabilizam muito mais pela força física do que pelo talento com a bola. A quantidade de faltas ainda é elevada, a quantidade de gols anotados ainda é modesta e a criação de oportunidades é feita preferencialmente via contra-ataques velozes pelos lados. Não precisa lançar mão disso com tanta frequência, não é? No amistoso contra a Argentina, a Itália mostrou que pode jogar mais ofensivamente e valorizando a posse de bola.

E o que a Azzurra vai nos oferecer em 2014? Um grande espetáculo ou uma luta violenta? Eu, obviamente, gostaria de ver aquele futebol elegante que cativou a minha simpatia pela Juventus. A busca pelo resultado e o excesso de respeito para com os adversários mais fortes, contudo, deve obrigar Cesare Prandelli armar esquemas muito mais truncados do que criativos. Uma pena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário