terça-feira, 13 de agosto de 2013

Nem Tudo É Força e Raça

Para jogar futebol hoje, parecem ser necessárias apenas três coisas: ser forte, ser rápido e ser resistente. Só isso.

Deve valer muito mais a pena realizar treinos físicos do que táticos, afinal é possível tranquilamente ganhar um campeonato como o Brasileirão deixando todo o time recuado, forçar o erro do adversário, tentar um contra-ataque veloz e criar uma chance de gol com todo o time rival de guarda aberta ou, ainda, forçar uma falta perto da área ou escanteio. Ao abrir o placar por 1x0, basta deixar todo o time recuado -inclusive os meias e os atacantes-, congestionar todo o meio-de-campo e utilizar das faltas sempre que necessário. O importante é não deixar o adversário jogar após a vantagem ser construída. Duvida? O meu São Paulo comandado por Muricy Ramalho venceu três Campeonatos Brasileiros seguidos dessa forma. O Corinthians de Tite fez o mesmo em 2011.

Não precisa ter técnica nem habilidade, afinal o importante é ser rápido e correr com a bola até a área do adversário. Também não precisa ser bom de passe: é só mandar uma bola alta na área que os seus companheiros irão fazer confusão na meta do adversário e, com sorte, um atleta alto do seu time vai cabecear a bola em cheio para as redes.

O atleta deve ser durão para vencer todas as divididas, correr os noventa minutos, resistir às pancadas, ... Talvez não seja uma má ideia que nossos clubes contratem preparadores físicos e nutricionistas especializados em rugby. O grande Tostão já chegou a mencionar tal sugestão em sua coluna.

Só acho estranho, contudo, quando uns baixinhos do Barcelona ou do Borussia Dortmund aplicam verdadeiros bailes em equipes que se notabilizam mais pela altura de seus atletas do que pela beleza do futebol. Quem não se lembra da "improvável" virada do meu Barça por 4x0 em cima do Milan no Camp Nou? Pela lógica do nosso futebol, os milaneses deveriam ter se classificado para as quartas-de-final da Champions League 2012-13, truncando o jogo e buscando alguma oportunidade de gol no contra-ataque veloz. E o que dizer do 4x0 do meu Borussia sobre o Real Madrid, que tem os grandões Sergio Ramos, Xabi Alonso e Raphaël Varane? Um "baixinho" como o Marco Reus não teve muitas dificuldades de criar oportunidades de gol naquela partida. Será que faltou raça dos madrilenhos naquele jogo? Duvido muito.

Se os treinadores brasileiros quiserem continuar apostando nos brucutus raçudos, estejam à vontade. Só não me responsabilizo se nossos times passarem por outro vexame diante dos estrangeiros.

PS. Não me esqueci do Bayern München, mas o time de Munique é a harmonia quase perfeita entre talento e força.

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