segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O Arsenal e o Liverpool Mostraram Como se Faz um Clássico

Imagem extraída do Facebook oficial do Arsenal- http://www.facebook.com/Arsenal

A respeito do clássico paulista de ontem, se é que podemos chamar aquilo de clássico, o jogo não fugiu à regra dos outros embates entre times grandes no Brasil: duas equipes com medo de ousar e se respeitando em demasia. De bom, só posso afirmar que a presença dos meias criativos (Jadson pelo Corinthians, Mendieta e Valdívia pelo Palmeiras) melhorou um pouco o futebol das equipes. Aliás, repito a pergunta que fiz em outros posts: por que o senhor Gilson Kleina só colocou o Mendieta e mandou o time atacar depois que o Timão abriu o placar? Por que não começar pressionando desde o início? Esse negócio de "respeitar" o adversário em demasia só leva a um caminho: empate seguido de empate.

Algumas horas antes, o Liverpool e o Arsenal protagonizaram um clássico de verdade. Não teve tantos gols (Oxlade-Chamberlain e Podolski pelos Gunners, e Gerrard pelos Reds), mas as equipes buscaram jogo o tempo todo, mesmo sendo uma partida válida pela FA Cup, torneio que os clubes ingleses geralmente usam para dar ritmo aos reservas (o que explica as duas equipes entrando com times mistos), mas a rivalidade e a vontade de vencer não permitia que nenhum dos dois rivais esmorecesse.

Como disseram o Caju e o Maxi Rodríguez, esse negócio de apostar no "futebol eficiente" só serve para segurar o emprego dos treinadores. Quando os "professores" precisam realizar voos mais altos, quase sempre esbarram na falta de criatividade ou de qualidade técnica de seus times, com brucutus demais e craques de menos.

Também prejudica a falta de paciência por parte de alguns dirigentes e torcedores aqui no Brasil. Ao invés de apoiarem o time e dar respaldo para que treinadores e atletas possam fazer seu trabalho com tranquilidade, os referidos vivem pressionando as equipes e sempre fazem barulho ao menor tropeço e já pedem a cabeça do técnico à primeira derrota que enfrentam. Podem ter a certeza de que se o Palmeiras ou o Corinthians tivessem perdido, já haveria pessoas pedindo a saída dos treinadores.

Comparando com a Inglaterra: no Arsenal o treinador Arsène Wenger está há mais de 15 anos à frente dos Gunners, já conquistou muitos títulos e também já fracassou várias vezes, mas os torcedores e dirigentes ainda confiam no técnico francês. No Liverpool, o técnico Brendan Rodgers não conseguiu classificar os Reds nem para a Europa League na temporada passada, mas todos sabem que ele nunca poderá melhorar o time se não tiver tempo e tranquilidade para realizar seu trabalho. O resultado já aparece na temporada 2013-14, com o time da Terra dos Beatles figurando na quarta posição da Premier League e com alguma chance de título. Lá na Europa todos sabem que técnico não faz milagre e que dirigir um time requer paciência.

Então, senhores dirigentes e torcedores brasileiros, peço por favor para que não nos deixemos levar pelo imediatismo e pelos resultados a curto prazo. Que todos nós passemos a apoiar nossos respectivos times nos bons e nos maus momentos, incluindo os treinadores.

Se os técnicos daqui tiverem a mesma estabilidade e confiança garantida aos treinadores da Europa, podem ter a certeza de que eles irão ousar mais e teremos partidas muito melhores aqui no Brasil, exatamente como foi este Arsenal X Liverpool.

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