sábado, 15 de fevereiro de 2014

A Mesa Redonda dos Sonhos

Imagem extraída de http://www.facebook.com/JohanCruyff14

Antigamente havia o mito de que todos os jogadores de futebol eram "burros". Era muito comum afirmar que não era necessário estudar para ter sucesso no futebol.

Tal afirmação cai por terra quando observamos jogadores e ex-jogadores apresentando um grande nível de esclarecimento e de consciência política. E o mais importante: os atletas que eu menciono foram capazes de contestar políticos e dirigentes valendo-se de bons argumentos. Todos foram craques com a bola nos pés (o verbo vai para o presente no caso do Alex) e também com as palavras.

Começo mencionando o meu ídolo, o Mestre Johan Cruyff. Um craque como atleta, um gênio como treinador e um questionador com as palavras. O Mestre foi presidente de honra do Barcelona pelos seus feitos como jogador e como treinador, mas deixou o cargo após desentendimento com o ex-presidente Sandro Rosell. E o Mestre não hesitou em fazer críticas aos dirigentes por não concordar com os rumos administrativos que estavam tomando. Faltam pessoas capazes de contestar os cartolas, como fez o Mestre Cruyff.

Contestar é o que também sempre fez e o que faz o grande Paulo César Caju, um dos grandes inspiradores para este blog. Caju peitou dirigentes quando jovem e continua questionando-os em seus textos e entrevistas. O tricampeão também lutou muito contra o racismo e também para que os atletas tivessem mais reconhecimento. E continua lutando, como podemos ver nos textos que você pode acessar nos links à direita do meu blog.

Outro gênio com a bola e com as palavras é o grande Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão, cujos textos você também pode acessar nos links laterais deste blog. Médico e futebolista, Tostão derruba o mito de que jogadores de futebol não precisam de estudos para serem alguém na vida. Ele teve êxito em ambas as carreiras. Sua genialidade também está presente em seus textos elegantes, críticos e cheios de figuras de linguagem. Jogadores, treinadores, dirigentes e até políticos são alvo de sua magnífica coluna.

O finado Sócrates era outro que se mostrou bem sucedido na medicina e com a bola. E que esclarecimento político aquele homem possuía, ao ponto de exigir democracia em um Brasil ainda vivendo sob a sombra da horrenda ditadura militar. Sócrates era um esquerdista convicto e grande admirador dos socialistas Fidel Castro e Che Gevara.

Maradona, assim como Sócrates, também é um grande admirador dos dois guerrilheiros, está sempre apoiando regimes políticos de esquerda e criticando os de direita. E o Pibe também nunca deixou de criticar os dirigentes de seu país pelas administrações ruins no futebol. Poucos aqui no Brasil tem a ousadia do Pibe.

A política, aliás, é o território do agora Deputado Federal Romário, que lutou por melhorias pelo país, inclusive pela ciência. Críticas muito bem fundamentadas a dirigentes de futebol e políticos são frequentes por parte do Baixinho.

E, claro, não posso deixar de fora o grande Alexandro de Souza, o Alex Cabeção, que mencionou em entrevista ao jornal Lance tudo aquilo que eu sempre quis ouvir de um atleta: esclarecimento político e críticas ao nosso futebol horrível. E sem falar que Alex deu o pontapé inicial para que o movimento Bom Senso FC nascesse e representasse a luta dos atletas por um futebol mais justo.

Imagino como seria uma mesa redonda com esses sete craques. Seria um debate recheado de cultura, política, filosofia e, claro, muito futebol. Um futebol muito bem jogado como todos eles executavam nos gramados.

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