quinta-feira, 3 de abril de 2014

A Amizade É Necessária

Imagem extraída de https://www.facebook.com/RogerioCeniOficial

Vejo clubes que torram os tubos em contratações a cada temporada, trazem atletas diferenciados, treinadores com currículos invejáveis, têm infra-estrutura magnífica e, mesmo assim, passam por grandes jejuns de títulos.

Por outro lado, eu estava analisando friamente o São Paulo que foi campeão da Libertadores e do Mundial Interclubes em 2005, e também o Corinthians campeão das mesmas competições em 2012. E o que as duas equipes tinham em comum, além do fato de terem vencido as duas competições e serem dois times de São Paulo? Nenhuma das duas equipes tinha um time exatamente brilhante e ambas se valiam muito de estratégias defensivas para sobreviverem.

Sejamos francos, torcedores. O meu Tricolor jogava com três zagueiros (Lugano, Fabão e Alex Bruno ou Edcarlos) e dois volantes (Josué e Mineiro), sendo que o único que saía um pouco para o jogo era o Mineiro. E no Timão, a equipe atuava com dois laterais estritamente defensivos (Alessandro pela direita e Fábio Santos na esquerda) e dois volantes (Ralf e Paulinho). Nenhuma das duas equipes, portanto, jogava um futebol bonito ou ofensivo.

Os dois times, contudo, tinham mais um ponto comum que eu considerei fundamental para a realização daquelas temporadas mágicas: ambos os times tinham um clima excelente no vestiário. Podem ver o quanto os elencos eram unidos e o quanto os jogadores gostavam de jogar juntos.

Você deve ter lido nos seus livros que nenhuma empresa sobrevive se os seus funcionários não souberem trabalhar em grupo. A pressão e o imediatismo por resultados fazem com que os líderes estimulem a competitividade de forma não saudável e se esquecendo que é importante que haja união entre os subalternos para que os resultados apareçam.

Nos clubes a situação não é muito diferente: muitos dirigentes e treinadores gostam de inchar seus elencos de estrelas e estimular a competição entre os jogadores, com a desculpa de que os atletas se acomodam na ausência de concorrência. Nenhum deles, contudo, parece ter vontade de investir em relações humanas e pensam muito mais nos troféus do que na união de seus elencos. O resultado é a formação de "panelas" no grupo, brigas de ego, vaidade, inveja e, consequentemente, inimizades entre colegas.

Eu acredito que os clubes devem, sim, investir grandes craques, colocar seus times para jogar no ataque e apresentar um futebol bonito para encantar o torcedor. Os dirigentes e treinadores, no entanto, jamais devem se esquecer que a boa relação entre os jogadores é muito importante e esta amizade foi fundamental para que São Paulo e Corinthians tivessem êxito em suas respectivas campanhas.


Imagem extraída de https://www.facebook.com/corinthians

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