domingo, 20 de abril de 2014

O Jogador É quem Vai À Luta

Imagem extraída de https://www.facebook.com/BotafogoOficial

Nunca fui fã do atacante Emerson Sheik (foto), mas não deixo de reconhecer seus méritos.

A transferência de Emerson do Corinthians para o Botafogo se concretizou nesta semana após semana de especulações. Fontes afirmam que o atacante estava sem clima no Timão, mas divergem quanto às causas. Brigas com o treinador Mano Menezes, indisciplina, queda de rendimento e a história do selinho são apontados como os motivos para a saída do atleta. Polêmicas sempre acompanharam a carreira de Emerson.

Penso, contudo, se o Corinthians pesou a importância do jogador na história do clube quando optou por cedê-lo ao Botafogo. Que eu me lembre, foi o jogador quem fez os dois gols que concederam ao Timão o primeiro título da Libertadores em sua história, algo que ídolos como Neto, Marcelinho Carioca ou Tévez não conseguiram fazer -não menciono aqui lendas como Rivelino, Casagrande ou Sócrates porque eles pertencem a outro patamar. Se o Sheik não estivesse no Coringão em 2012, talvez o time alvinegro ainda fosse o único grande clube paulista a não possuir um título na competição sul-americana.

Talvez o jogador tenha mesmo pisado na bola com o clube que pagava seus salários, mas será que não era questão de ter um pouco de paciência com o atleta? O meu São Paulo não teve paciência com Jadson, Cícero, Lúcio e Arouca e agora eles estão brilhando em outros outros clubes. Será que não bastava dar um tempo até que o jogador recuperasse o seu futebol e voltasse a ser o atleta que tanto ajudou o Timão no passado? O que ele fez era tão grave assim para justificar o seu afastamento?

É sempre bom lembrar que o jogador é quem conquista os títulos. É o atleta quem vai a campo, faz os gols, marca, corre e até se machuca pelos times. É graças ao suor e ao sacrifício deles que os clubes têm títulos e, me decorrência disto, fazem sucesso e conseguem os lucros. O jogador é a alma e o motor das entidades.

Vou além: a carreira de jogador é efêmera e só dura enquanto o atleta tem físico para atuar. Quando não conseguem mais correr em campo, os jogadores não valem mais nada e muitos clubes não hesitam em dar um pé na bunda dos atletas. Quantos jogadores fizeram atos heroicos por seus respectivos clubes e, mesmo assim, não foram valorizados ou respeitados como mereciam? Não sei se este foi o caso de Emerson, mas acho que ele merecia mais crédito pelos seus feitos no Corinthians.

Não digo que Emerson merecia uma estátua no Parque São Jorge pelos seus dois gols contra o Boca Juniors em 2012, mas que o Corinthians jamais se esqueça: foi graças a Sheik e ao seu futebol que o Timão tem o primeiro torneio continental em sua história.

Nenhum comentário:

Postar um comentário