segunda-feira, 21 de abril de 2014

Risco Técnico

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo- https://www.facebook.com/saopaulofc

Por volta da quarta ou quinta rodada nós teremos os primeiros treinadores demitidos dos times que estão na Série A. Podem esperar.

Dos treinadores, acho que apenas Muricy Ramalho (foto- treinador do São Paulo), Mano Menezes (Corinthians), Gilson Kleina (Palmeiras), Oswaldo de Oliveira (Santos), Marcelo Oliveira (Cruzeiro), Abel Braga (Inter) e, talvez, Paulo Autuori (Atlético-MG) e Jayme de Almeida (Flamengo) gozam de algum prestígio com os dirigentes e com os torcedores. Os técnicos mencionados, acredito eu, não correm o risco de serem demitidos, pelo menos até esta primeira parte do Brasileirão que antecede a Copa do Mundo.

Os demais técnicos estão atuando por clubes em princípio de crise ou em times pequenos. Nesse tipo de instituição a instabilidade no cargo é imensa, a pressão por resultados é intensa e os dirigentes quase sempre optam por demitir os treinadores. Como se um técnico pudesse resolver o problema de um time em quatro rodadas. Há, ainda, o técnico Enderson Moreira que está bem no Grêmio, mas como ele ainda não é um treinador de muito renome, talvez isto acabe pesando contra ele em uma eventual crise.

Já expliquei em dezenas de posts que treinadores precisam de confiança e estabilidade para realizarem seus trabalhos. De que maneira um técnico pode dar padrão de jogo ou entrosamento a um elenco em tão pouco tempo? Obviamente, nenhum time vinga se o treinador consegue realizar seu trabalho. Reparem que a grande maioria dos times que são rebaixados são equipes que trocaram de treinador mais de uma vez na temporada.

Talvez mesmo os treinadores que eu mencionei no começo desta resenha tenham de ter cautela, afinal o torcedor é volúvel e qualquer resultado ruim pode esquentar o clima nos bastidores. Tite, Felipão e o próprio Muricy são treinadores vitoriosos no Corinthians, Palmeiras e São Paulo respectivamente e, mesmo assim, o torcedor não hesitou em pedir a cabeça do trio, o que os dirigentes acataram.

Os treinadores não vão vencer todos os jogos e inevitavelmente algumas destas derrotas serão em torneios de mata-mata. Se o torcedor e o dirigente não apoiarem e confiarem no trabalho do técnico, o time vai realmente entrar em crise e não restará outra alternativa senão demitir o treinador. Além de elogiar o treinador nos bons momentos, é preciso dar um voto de confiança a eles nos maus momentos.

Arrisco dizer que se o São Paulo não tivesse demitido Muricy em 2009, a crise no Tricolor entre 2010 a 2013 não teria passado de uma marolinha, tanto que o treinador faturou muitos títulos desde que deixou o Soberano (incluindo uma Libertadores pelo Santos) enquanto o São Paulo ficou de 2009 a 2012 sem erguer uma taça. Assim como se o Palmeiras não tivesse demitido Felipão em 2012 não haveria rebaixamento. E se Tite tivesse permanecido no Timão, o Corinthians teria chegado ao menos nas semifinais do Paulistão deste ano.

Pensem bem, dirigentes e torcedores. Times que trocam constantemente de treinador são os mais propensos a caírem.


Imagem extraída de https://www.facebook.com/cruzeirooficial

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