domingo, 27 de abril de 2014

Teoria Contra Prática

Imagem extraída do Facebook oficial de Cristiano Ronaldo- https://www.facebook.com/Cristiano

O grande Tostão já explicou em sua coluna que a execução das jogadas independe da formação tática. O futebol é dinâmico e não estático, e os atletas não passarão o jogo inteiro guardando suas posições. Jogadores que atuam no ataque (meias e atacantes) podem tranquilamente voltar para marcar e atletas que defendem (zagueiros, volantes e laterais) têm a possibilidade se subirem ao campo ofensivo ou oferecer assistências.

Mutas vezes, não basta que a equipe entre com três atacantes e dois meias ofensivos em campo para garantir um time com o propósito de atacar. Nada impede que um time entre em campo com cinco homens ofensivos, mas atue de maneira extremamente pragmática. Assim foi a Seleção Portuguesa, que entrava em campo com dois meias (Raul Meireles e João Moutinho) e três atacantes (Nani, Hélder Postiga e Cristiano Ronaldo), mas a equipe apresentava um futebol chato, com vários trombadores em campo e que só se salvava pelo talento de Ronaldo e pelo esforço de Moutinho. O restante, ou só marcava, ou só atuava na trombada e na raça.


A Seleção de Portugal no 4-3-3 durante a Euro 2012.  No papel,
é um esquema muito bonito e ofensivo, mas na prática, só Ronaldo
 e Moutinho jogam bola nesse time (imagem obtida via this11.com).


Não apenas a Seleção Portuguesa, mas também a Grécia atua de forma muito parecida. Durante o pré-jogo, você vê o time grego adotando uma formação com três atacantes e espera por um espetáculo cheio de ofensividade e posse de bola. Quando a partida começa, o jogo desanda de tal forma que muitos atletas parecem ter vindos de Esparta... Só faltaram Kratos e o Rei Leônidas.


Seleção Grega no 4-3-3 durante a Euro 2012. Três atacantes, mas
quem mais trabalha nesse time são os zagueiros e os volantes
(imagem obtida via this11.com).


Há equipes que, por outro lado, vão a campo com três zagueiros e, às vezes, até três volantes, mas não deixam de ter volume de jogo e ofensividade a despeito de terem até sei atletas voltados para a defesa. Assim é a Seleção do Chile, que foi formada por Marcelo "El Loco" Bielsa, continuou com Claudio Borghi e agora é orquestrada por Jorge Sampaoli. Toque de bola, movimentação e jogo coletivo. Tudo o que eu gosto tem na Roja e até me esqueço que o treinador escalou três zagueiros e três volantes.


Seleção do Chile no 3-4-3 durante o último amistoso contra a
Alemanha. Acredite! Este time atuou com três defensores (Isla,
Medel e Jara) e três volantes (Vidal, Gutiérrez e Silva) e, mesmo
assim, teve muito mais posse de bola, volume de jogo e chances
de gols do que a Alemanha (imagem obtida via this11.com).


Chegamos à conclusão que, a partir desde post, o futebol desenhado na prancheta nem sempre corresponde ao que se vê em campo, o que corrobora, mais uma vez, com a teoria de Tostão de que a execução de jogadas não depende da formação tática. Obviamente, ter mais meias e mais atacantes ajuda o time a ter mais volume de jogo, assim como ter mais defensores e volantes permite a equipe segurar mais o ímpeto do rival. Mas isto é apenas teoria e na prática um volante pode ter uma excelente qualidade no passe ou na armação, enquanto um atacante pode exibir suas virtudes na marcação ou nos desarmes.

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