sábado, 6 de julho de 2013

A Espanha Ainda É Mais

O tal ranking da Fifa sempre tem muitos critérios duvidosos para sua elaboração. Concordo, no entanto, com três coisas: a Espanha ainda é a melhor seleção do mundo, seguida de perto pela Alemanha, e o Brasil no razoável nono lugar. O ranking apresenta, ainda, a renovada Argentina em quarto.

O Brasil mostrou na última Copa das Confederações que está muito mais preocupado com os resultados do que com a qualidade de seu futebol. Ou alguém aí achou que jogamos um futebol bonito, envolvente e de encher os olhos como nos tempos de Pelé, Zico ou Garrincha? Tanto é verdade, que os cartolas da CBF decidiram retroceder, colocando Felipão e Parreira no comando da Seleção, apesar da dupla não ter apresentado resultados sólidos há anos.

Escrevi e volto a repetir: o futebol brasileiro está feio, grosseiro, vulgar, desleal e pouco criativo. Não por acaso, só vencemos a Espanha na base da violência e da catimba. Abrimos mão de nossos talentos e do futebol bonito. Jupp Heynckes e seu Bayern haviam provado que era possível superar o Tiki-Taka na bola ao golearem o Barcelona duas vezes seguidas, mas o Felipão e o Parreira optaram pelo "modelo Chelsea" de futebol, se é que podemos chamar aquilo de "modelo".

Os clubes brasileiros também não empolgam. O Corinthians e o São Paulo fizeram um jogo monótono e preguiçoso pela Recopa Sulamericana, com dois treinadores visivelmente preocupados em jogar pelo resultado, e não em demonstrarem alguma superioridade sobre o adversário. Nenhum dos dois times matou o jogo quando tiveram oportunidade.

A Espanha e os clubes espanhóis (em sua maioria), por outro lado, continuam esbanjando coletividade e talento em campo. Toque de bola, ofensividade, jogo bonito, ... Todos esses ingredientes compõem a leveza e a beleza que é o futebol espanhol. Mesmo equipes consideradas "coadjuvantes", como Valencia, Atlético de Madrid e Athletic Bilbao proporcionam ao espectador um espetáculo de encher os olhos.

A Alemanha e a Argentina seguem no mesmo caminho ao apostarem em seleções mais jovens e mais leves. O talento se sobrepôs à força e os resultados estão aparecendo. Atletas como Messi, Agüero, Götze e Müller estão fazendo a diferença pelas suas seleções e colocando a Mannschaft e a Albiceleste no lugar onde lhes é merecido. Isso sem falar que os dois melhores clubes da Europa na última temporada eram alemães.

Se o Brasil quiser rejeitar suas origens e continuar apostando em um futebol de mais músculos do que cérebro, esteja à vontade. Não por acaso, nossos craques estão indo cada vez mais cedo para a Europa onde o talento é realmente valorizado. E a Espanha, proprietária do melhor futebol do mundo segundo a própria FIFA, foi o destino escolhido pelo último jogador diferenciado que revelamos, Neymar.

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