quinta-feira, 4 de julho de 2013

Consequências

O período em que o Brasil estava sediando a Copa das Confederações 2013 também foi marcado por centenas de protestos que eclodiram por todo o território nacional. O estopim foi o aumento das tarifas no transporte público, mas dezenas de outras revindicações surgiram no calor do movimento, como o fim da corrupção, mais transparência nos gastos públicos e punição severa aos políticos corruptos.

Voltando à nossa realidade dos campeonatos nacionais e sul-americanos, foi impossível não comparar a situação de alguns de nossos clubes com as esferas administrativas de nosso país -municipal, estadual e federal.

Há, obviamente, um abismo muito grande entre um Estado e um clube de futebol. Chega a soar como futilidade comparar um país ou uma cidade com um time.

Muitos clubes e algumas das instituições administrativas de nosso país, no entanto, padecem de males semelhantes: dirigentes/políticos sem comprometimento com a instituição, falta de transparência financeira/administrativa, adoção de medidas meramente paliativas (leis emergenciais para acalmar o povo ou contratações de atletas para esfriar os ânimos do torcedor), ...

Os clubes são instituições particulares. Os proprietários têm, portanto, o direito de fazerem o que quiserem com elas. No entanto, o torcedor consome os produtos relacionados ao clube -incluindo as entradas para assistirem às partidas- e, no papel de consumidores, têm o direito de reclamar do que não lhes agrada. Como diz o Doutor Osmar de Oliveira, "o torcedor paga o ingresso e, portanto, tem o direito de reclamar". E o torcedor reclama mesmo, com protestos, muitas vezes, violentos.

Eu me questiono como o "despertar do Gigante" poderia influenciar nas próximas revindicações de torcedores. O povo brasileiro, que há tanto tempo foi subestimado, descobriu que tem o poder de derrubar reis e conseguir o apoio de seus semelhantes, desde que utilize de bons argumentos e sem apelar para a violência.

Reitero: eu, em hipótese alguma, acredito que um clube de futebol tenha a importância de um Estado. Para mim, futebol é apenas um mero entretenimento. Não incentivo, portanto, protestos contra maus desempenhos de um time ou más administrações de um clube. As recentes manifestações, no entanto, terão grande impacto nas próximas oportunidades em que o torcedor resolver expressar sua insatisfação com os times.

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