quarta-feira, 31 de julho de 2013

O Abismo entre Futebol Europeu e Brasileiro

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- http://www.facebook.com/FCBayern


A primeira parada do meu São Paulo em sua turnê de "férias" começou mal. O Tricolor respeitou demais o Bayern, deixou todo o time recuado, criou poucas chances e acabou derrotado por 2x0 em partida válida pela Copa Audi, na Alemanha. O treinador Paulo Autuori poderia ter ousado um pouco mais, não? Era só um torneio amistoso, e não uma Libertadores ou Mundial Interclubes.

O que mais me chamou a atenção, contudo, é a enorme diferença entre o futebol da Europa e o da América do Sul, principalmente em termos de disciplina tática, jogo coletivo e criação de oportunidades.

O meu Tricolor errou muitos passes. Era praticamente impossível para os brasileiros elaborar uma jogada. O Soberano parecia estar rifando a bola o tempo todo, dependendo apenas da sorte para criar uma oportunidade de gol. Os bávaros, por sua vez, poderiam chutar para qualquer lado que sempre haveria um companheiro pronto para receber a bola. Nenhum jogador do Bayern rifava a bola. E os alemães pressionavam e marcavam com a mesma eficiência.

Se olharmos os últimos confrontos entre os times brasileiros e os europeus nos últimos Mundiais Interclubes, o comportamento de nossas equipes não foi muito diferente da maneira como o São Paulo agiu hoje contra o Bayern.

O próprio São Paulo no Mundial de 2005 (que era dirigido pelo próprio Paulo Autuori) ficou a maior parte do tempo truncando o jogo contra o Liverpool. O mesmo fizeram o Internacional de Abel Braga em 2006 contra o meu Barcelona e o Corinthians de Tite em 2012 contra o Chelsea. Todos foram bem-sucedidos em conquistarem seus títulos mundiais muito mais na base da cautela do que na ousadia ou na criação de oportunidades. E todos venceram seus jogos pelo mesmo placar magro: 1x0.

Por será que os "professores" não tentam remar contra a maré do "futebol eficiente" e implantam um jogo mais ofensivo, coletivo e taticamente mais organizado em suas equipes? Não faltam atletas técnicos e/ou criativos para adotarmos esse tipo de filosofia. Será que tudo isso é medo do treinador ficar desempregado, como observou o grande Maxi Rodríguez? Será que empatar partida após partida leva a equipe a algum lugar?

Há muitos anos atrás, a Alemanha jogava um futebol pesado e estritamente defensivo, enquanto nós, brasileiros, trocávamos passes, driblávamos e aplicávamos goleadas imensas sobre os europeus. Nos dias de hoje, contudo, os papéis se inverteram: a Europa aprendeu a jogar bola e o Brasil desaprendeu.

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