sexta-feira, 5 de julho de 2013

Será que o Muricy Resolve Mesmo?

A situação de Ney Franco, que já estava ruim antes da paralisação para a Copa das Confederações, parece ter se tornado insustentável com mais uma derrota em casa.

Eu vejo uma soma de fatores culminando nesse princípio de crise, sendo que todos (dirigentes, comissão técnica e atletas) tiveram suas parcelas de culpa.

A maioria dos torcedores vem pedindo o retorno de Muricy Ramalho, que está sem emprego desde que deixou o Santos em maio.

Muiricy tem identificação com o Tricolor, tanto como jogador quanto como treinador. Como atleta, ele foi companheiro de Serginho Chulapa no São Paulo, quando foi comandado pelo saudoso José Poy, ex-goleiro argentino e um dos maiores ídolos do São Paulo. Como técnico, ganhou três vezes o Brasileirão (2006, 2007 e 2008). História, portanto, ele tem no Soberano.

Como admirador do futebol-arte, no entanto, eu questiono a contratação de Muricy. Motivos? Veja se os times que ele monta jogam bola. Ele é daqueles que segue a escola de Tite, Mano Menezes, Abel, Felipão e Celso Roth; colocando mais gente para amarrar o jogo do que fazer gols. Vamos ter a implantação de esquemas como 3-5-2, 3-4-1-2 ou 3-4-2-1 visando congestionar o meio-de-campo, jogando apenas nos erros do adversário e dependendo das bolas paradas.

Muricy também não costuma dar chances aos garotos da base. Quando dirigia o São Paulo, vejam se ele dava chances para o Oscar e outros garotos da geração do meia do Chelsea: apenas Breno, Hernanes e Jean eram lembrados. No Santos, a mesma coisa: jogadores como Gabigol e Neilton receberam pouquíssimas chances a despeito do torcedor e da imprensa pedirem a dupla em campo. E eu defendo que os garotos formados no CT de Cotia sejam utilizados porque o São Paulo tem muita infra-estrutura e bons instrutores para formar jogadores.

Por fim, Muricy é um treinador que gosta de atuar pelo regulamento. Ele é "eficiente" em conseguir títulos nos pontos corridos, mas costuma sofrer no mata-mata.

O retorno de Muricy, portanto, deveria ser pensado avaliando-se os prós e contras. Eu, particularmente, gostaria de ver um treinador que fizesse o time jogar na ofensividade e valorizando a posse de bola, mas a sede por títulos vai ser o principal fator na decisão dos dirigentes são-paulinos.

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