sexta-feira, 26 de julho de 2013

Afinal, Onde Mano Errou?

Eu não concordava com a proposta de jogo que o técnico Mano Menezes nos oferecia para a Seleção Brasileira entre 2010 e 2012, da mesma forma que continuo não concordando com a mentalidade que o Felipão adota quando dirige o Brasil. Ambos colocam em campo muito mais gente para marcar do que para criar.

Mano, contudo, não montava seus times de maneira muito diferente de Felipão. Dani Alves, Thiago Silva, David Luis, Oscar, Hulk e Neymar tinham cadeira cativa com o treinador gaúcho, e continuaram tendo com Felipão. Paulinho e Marcelo atuavam esporadicamente. Dos atletas que o ex-corinthiano sempre convocava, perderam espaço Sandro e Rômulo, enquanto Jefferson foi desbancado para a reserva do "revivido" Júlio César. O esquema tático também continua o mesmo, adotando uma variação do 4-2-3-1, com os dois alas tendo de voltar para ajudar na marcação.

Em termos de personalidade, Mano e Felipão se assemelham muito. Nas entrevistas, ambos demonstram a mesma postura tranquila, mesmo diante de perguntas espinhosas. À beira do gramado, não é incomum vê-los gritando com os atletas. Felipão, aliás, chegou a indicar o conterrâneo Mano Menezes (os dois são do Rio Grande do Sul) para assumir a Seleção Portuguesa quando o pentacampeão deixou o comando da Seleção das Quinas. Um último detalhe em comum entre os dois: ambos ganharam projeção nacional dirigindo o Grêmio.

O que, então, Felipão tem a mais em relação a Mano, afinal? Por que trocamos um treinador por outro com as mesmas características, tanto em termos de personalidade, quanto de estilo de jogo?

O primeiro fator, sem dúvida, são os títulos: Felipão foi pentacampeão pela Seleção Brasileira e duas vezes campeão da Libertadores (1995 pelo Grêmio e 1999 pelo Palmeiras). Tais títulos tornaram o treinador respeitado em todo o Brasil.

Felipão também é tido como "motivador", fazendo o atleta jogar com raça e determinação. Eu, no entanto, acho que nunca faltou raça no Grêmio ou no Corinthians de Mano Menezes.

Por fim, talvez Mano estivesse muito "verde" para assumir uma responsabilidade tão grande como dirigir a Seleção Brasileira naquela época. Ele tinha apenas 48 anos quando teve o direito de comandar a Canarinho. E, em seu currículo, constavam apenas dois títulos na Série B, uma Copa do Brasil e títulos estaduais. Na Libertadores, o melhor que ele conseguiu foi um vice-campeonato em 2007, quando Riquelme, Dátolo, Palermo e outros atropelaram o Imortal. O único adversário que atuava na técnica e no talento mandou o raçudo Grêmio de Mano para a lona.

Quando Mano assumiu o Corinthians em 2008, muitos o consideravam o "Novo Felipão". Ele ainda não chegou lá, mas tem potencial para isso.

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