domingo, 21 de julho de 2013

Regras e Exceções

Imagem extraída de http://www.facebook.com/SiteMelhordoVolei

O Brasil está na final da Liga Mundial 2013, realizada em Mar del Plata, na Argentina.

Nossa seleção passou com relativa tranquilidade em seu grupo que tinha adversários fortes como Estados Unidos e Polônia. O único adversário que deu um calor em Bruninho e seus companheiros foi a surpreendente França, que proporcionou a única derrota de nossa seleção aqui em São Paulo.

Na etapa classificatória para as semifinais, o Brasil foi derrotado pelo algoz olímpico Rússia em uma partida marcada por muitos erros dos nossos atletas e por uma rivalidade muito acirrada, com provocações de ambos os lados. Nossa seleção se redimiu derrotando o surpreendente Canadá (que havia vencido a Rússia na quinta-feira no tie-break, por 3x2 sets) em uma partida marcada por erros de arbitragem.

Ontem, o Brasil superou a Bulgária com relativa facilidade (3x1 sets) e garantiu o direito de enfrentar a Rússia novamente.

O vôlei é um esporte onde os aspectos disciplinares são muito mais rígidos do que no futebol, muitos deles oriundos de regras de etiqueta praticadas no tênis. Os atletas são obrigados a se cumprimentarem antes e após a partida, as comemorações devem ser contidas (o russo Spiridonov foi advertido porque comemorou olhando para o adversário), e as reclamações dirigidas à arbitragem são punidas com cartão amarelo caso o argumento do solicitante não proceda. Para nós, que estamos acostumados com a brutalidade e a malandragem do futebol, parece um grande exagero. Eu acho que são os futebolistas que deveriam aprender a se comportar como os seus colegas do vôlei. Seria uma bela maneira de diminuir a violência -dentro e fora dos gramados- e melhorar a relação entre times.

Não apreciei, no entanto, a chamada "regra do desafio": caso ocorra um lance duvidoso, o capitão do time tem o direito de pedir a revisão da jogada à arbitragem. É um processo moroso e que pode ser usado para esfriar a partida. Como expliquei, o solicitante é punido com cartão amarelo caso seu argumento não seja válido. Não me parece ser um preço muito alto, uma vez que um cartão amarelo não mais acarreta na concessão de pontos ao adversário. O "desafio" pode ser utilizado para fazer uma cera e tirar a concentração do adversário.

O vôlei também faz uso dos recursos tecnológicos para a revisão de jogadas duvidosas. A adoção de tais recursos, no entanto, não impede totalmente os erros de arbitragem.

O vôlei é um esporte em que a etiqueta e o respeito mútuo têm muita importância. Não se trata, no entanto, de um esporte "infalível" e os erros ocorrem da mesma forma que no futebol, mas, ao menos, aqui existe a possibilidade de revisão.

Nossa Seleção terá um grande desafio hoje. O esporte na Rússia não tem mais a mesma importância político-ideológica dos tempos de União Soviética, mas os investimentos no setor continuam muito fortes e os atletas russos são muito bons. Nossos atletas terão de se dedicar, evitar os erros cometidos em partidas anteriores e ter muito sangue-frio para evitar que a rivalidade acirrada acarrete em transgressão às regas.

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