terça-feira, 2 de julho de 2013

A Copa do Mundo Ainda Não É Nossa

O brasileiro tem toda razão em comemorar o tetracampeonato na Copa das Confederações, afinal a nossa Seleção passou por um princípio de crise iniciado com a eliminação para a Holanda na Copa do Mundo de 2010. E esse princípio foi agravado com a eliminação da Copa América de 2011 diante do burocrático Paraguai e da perda do ouro olímpico em 2012 ante o organizado México. Foi um grande alívio para a torcida brasileira e para os jogadores.

Gostaria, no entanto, de lembrar que o título que realmente vai interessar a torcedores e dirigentes é o que estará em jogo no próximo ano, em 2014, e que a conquista da Copa das Confederações não necessariamente irá refletir no desempenho do Brasil na Copa do Mundo.

Resgatando o argumento levantado pelo articulista Luiz Antônio Prósperi do jornal O Estado de São Paulo, recordamo-nos do segundo ciclo de Carlos Alberto Parreira na Seleção. Na ocasião, o treinador carioca faturou a Copa América de 2004 sobre a Argentina (apertado, mas foi) para em seguida nos presentear com a última grande exibição da Seleção Brasileira dos últimos anos, quando o Brasil anotou 4x1 sobre a Albiceleste (mais uma vez) na Copa das Confederações de 2005, com muito toque de bola e com Adriano, Kaká, Ronaldinho e Robinho no auge de suas formas físicas. Foi uma pena, no entanto, que o Brasil tenha entrado na Copa do Mundo de 2006 como grande favorito e nos oferecido um espetáculo de apatia e monotonia em campo. O jogo coletivo inexistia e, mesmo com bons jogadores em campo, nenhum deles justificou os altíssimos salários que recebiam em seus respectivos clubes. A eliminação diante da França de Henry e Zidane foi um balde de água fria no favoritismo dos brasileiros.

Dunga, que apareceu como grande surpresa para dirigir a Seleção após a queda de Parreira (os favoritos eram Luxemburgo e Muricy), venceu a Copa América de 2007 por convincentes 3x0 sobre a Argentina de Riquelme e Messi. Em seguida, o ex-volante faturou o tricampeonato da Copa das Confederações em 2009 após tomar um calor dos Estados Unidos na final. A equipe do treinador gaúcho, porém, atuava com muita raça e passionalidade, mas pouca técnica. Isso ficou muito evidente na fatídica eliminação contra a Holanda em 2010, quando o Brasil acusou o golpe da virada holandesa, teve um jogador expulso e não teve sequer forças para reagir.

Peço ao treinador Luis Felipe Scolari que contenha os ânimos dos atletas e lembre os jogadores de que na Copa do Mundo a história pode ser outra. Júlio César, que estava em ambas as copas anteriores, está aí de prova se algum jogador quiser saber. E toda e qualquer conquista que a Seleção obteve até o momento poderá ser "esquecida" ao menor tropeço em 2014. Parreira é a lembrança constante disso.

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