segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A Voz do Rebelde

Imagem extraída de http://www.facebook.com/Maradona.Diego.Armando

Eu sei que a grande maioria de vocês, leitores, não suportam Diego Armando Maradona. Além da tradicional rivalidade entre brasileiros e argentinos em campo, muitos de vocês não toleram as declarações polêmicas de "El Pibe", o fato do ex-jogador ter decidido uma Copa do Mundo com gol de mão, seu envolvimento com drogas no passado e suas constantes provocações dirigidas a Pelé.

Eu, no entanto, digo: Diego Armando Maradona faz parte do seleto grupo de atletas que mais admiro justamente por dizerem o que poucos têm coragem. Eu o comparo com outros "revolucionários" do futebol, como Sócrates (aguarde que farei uma homenagem ao irmão de Raí no final do ano durante o aniversário de dois anos de sua morte), Romário e, agora, Alex Cabeção. Todas pessoas esclarecidas que não se conformam com as injustiças cometidas no futebol e falam o que todos as pessoas no mundo do futebol deveriam dizer, mas não têm coragem provavelmente por temerem alguma represália. Alguns dos atletas e ex-atletas que aqui mencionei, inclusive, criticaram políticos.

Como jogador, o argentino foi um craque, daqueles que podemos comparar a Pelé, Garrincha, Beckenbauer, Puskás, Messi, Zidane e ao Mestre Cruyff. Não o vi atuar, infelizmente, mas dizem que o Pibe era tão diferenciado que ele carregou nas costas a Seleção Argentina de 1986 e o razoável Napoli durante os anos 80. Palavras do grande Paulo César Caju.

Maradona sempre foi politicamente ativo, sempre expondo sua admiração por líderes esquerdistas. Ao mesmo tempo, o Pibe sempre expressa oposição às intervenções (ou tentativas de intervenção) dos Estados Unidos em países como Iraque, Afeganistão e Irã.

Com relação ao futebol, Maradona expressou recentemente suas desavenças com o presidente da Associação de Futebol Argentino (Asociación del Fútbol Argentino- AFA), Julio Humberto Grondona, a quem o Pibe culpa pelos problemas apresentados pelo futebol argentino e também pela sua demissão após a Copa do Mundo de 2010. Diego considerou os 34 anos de Grondona à frente da AFA como uma "ditadura".


Imagem extraída de http://www.facebook.com/Maradona.Diego.Armando

Quantos atletas e ex-atletas têm a coragem de arriscar suas carreiras e reputações para levantar a voz contra dirigentes e políticos que cometem tantas injustiças? Aqui no Brasil, sediamos a Copa das Confederações em 2013 e, mesmo em meio a tantas manifestações, os atletas não demonstraram nenhuma afinidade com a população. Preferiram continuar treinando e jogando como se a Seleção Brasileira estivesse em um mundo à parte do resto do país.

Maradona, apesar de sua fama de polêmico, apresenta um nível de esclarecimento inexistente entre as várias pessoas do mundo do futebol. Faltam pessoas capazes de questionar e contestar. E isso não é apenas no futebol.

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