segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O Brasileiro Está se Cansando do Futebol Eficiente

Demorou, mas acho que a semente plantada por Caju, Casagrande e Tostão está dando frutos. Os três foram grandes craques e, obviamente, entendem muito de futebol. E de futebol bem jogado, diga-se de passagem.

O trio sempre faz muitas críticas ao estilo covarde e retranqueiro adotado pela maioria dos nossos "professores".  E o pior é que esses "professores" estão matando o nosso futebol e fazendo parecer que o melhor caminho é erguer um muro no meio-de-campo ao invés de sair pro jogo.

Felizmente, tenho lido vários textos mostrando o descontentamento do torcedor e da imprensa com o chatíssimo "futebol eficiente". Os tropeços que as equipes paulistas cometeram durante as últimas semanas ajudaram a elucidar a realidade de nosso futebol. Ninguém está mais aguentando tantos empates e vitórias sofridas por placares magros. E é triste ver que os times estão precisando de resultados para buscar a liderança ou fugir do rebaixamento, mas os "professores" insistem em montar suas equipes como times pequenos e sem um pingo de ousadia.

Comecemos pelo meu São Paulo: alguns articulistas reclamaram da escalação do senhor Paulo Autuori, que insistia em armar suas equipes com três volantes e mandava os seus atletas lançarem bolas a esmo na área do adversário para ver se algum atacante dominava e arrematava. Cadê a criatividade e a iniciativa para trabalhar uma jogada? Será que o "professor" pretendia escapar do rebaixamento dependendo apenas da sorte? Não à toa, o Tricolor alcançou a horrível marca de 12 partidas sem vitórias no Brasileirão. Dou um pequeno desconto ao treinador carioca pela vitória sobre o Fluminense na semana passada, mas ainda espero mais posse de bola e ousadia. E o Soberano tem time pra fazer isso.

Os tropeços do Palmeiras ante o Boa Esporte e diante do Atlético Paranaense confirmaram o que eu criticava há muito tempo: o treinador Gilson Kleina não tem ousadia para armar um time mesmo com o Verdão tendo à disposição vários atletas com características ofensivas, como Kardec, Valdívia e Mendieta. Kleina, a exemplo de Autuori, tem o péssimo costume de armar sua equipe com três volantes (Wesley, Charles e Márcio Araújo). Resultado? A equipe atua com um único armador, cria poucas chances de gol e fica à mercê do adversário quando esse único meia criativo fica muito marcado ou joga mal. O baixo nível técnico da Série B e a boa fase do Valdívia ajudaram a disfarçar um pouco a falta de coragem do senhor Kleina, mas tudo ficou evidente com a lesão do chileno e quando o Palestra encarou um adversário do mesmo nível.

Tite, após a conquista dos títulos de 2012 e viver sua lua-de-mel com o Timão, também passou a ser contestado pela imprensa e pela torcida após a derrota para o Luverdense no jogo de ida na Copa do Brasil e com a sequência de empates no Brasileirão. Eu me cansei de fazer críticas ao treinador gaúcho: o sujeito não tira o Ralf e o Guilherme por nada nesse mundo (só tirou o camisa 17 agora porque se lesionou). Os atacantes fazem poucos gols porque há poucos jogadores para criar e isso obriga Pato e Guerrero virem buscar a bola lá atrás, o que prejudica o trabalho da dupla. E eu ainda acrescento: é um erro enorme do senhor Tite deixar o Douglas no banco, o camisa 10 fez toda a diferença no jogo de ontem contra o Flamengo.

Acho que também vale mencionar a atitude do senhor Luis Felipe Scolari no amistoso contra a Suíça: com o Brasil atrás no placar, o "professor" tira o Oscar, o único sujeito em campo capaz de armar o jogo e pensar uma jogada, e me coloca o Hernanes, um volante, ao invés de tirar Luiz Gustavo ou um zagueiro. Isso aí é mentalidade de treinador que pensa pequeno. Perder por 1x0 não classifica nenhum time nem garante ponto pra subir na tabela.

Fico muito contente com as críticas feitas aos treinadores. Quem sabe eles saem de sua zona de conforto e nos devolvem o espetáculo e a ousadia que nos foram tirados.

Caju, Tostão e Casagrande. Muito obrigado por existirem! A voz de vocês é um alento nesse mar de covardia e brutalidade, e as palavras que vocês proferem agora estão ganhando o eco da torcida e da imprensa.

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