sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Críticas

Imagem extraída de http://www.facebook.com/SCInternacional.Oficial

Conta uma história que, em 1994, Dunga teria proferido dezenas de palavras chulas quando ergueu a taça de tetracampeonato pela Seleção Brasileira. A mesma história afirma que o então capitão da Amarelinha nada mais fazia do que desabafar contra a centena de críticas que torcedor e imprensa faziam em relação ao seu estilo de jogo, muito mais lembrado pela raça do que pela técnica.

Quase quinze anos depois, Dunga retornou à Seleção Brasileira, desta vez como treinador. O ex-volante notabilizou-se por vetar as grandes estrelas (Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos, ...) consideradas, por muitos, como culpadas pelo rendimento ruim do Brasil na Copa de 2006. Ao mesmo tempo, Dunga convocou atletas pouco conhecidos no Brasil (Michel Bastos, Felipe Melo, Afonso Alves, Fernando Menegazzo, ...) e apostou em um futebol que era a sua imagem e semelhança: muita pegada e poucos dribles ou toque de bola. Mesmo com os dois títulos conquistados (a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009), seu trabalho continuou sendo contestado por imprensa e torcedores.

Analisando por este lado, podemos compreender as atitudes do treinador gaúcho, muitas vezes interpretadas como ríspidas. Dunga, provavelmente, sentia-se perseguido por tudo e todos desde seus tempos de atleta. O ex-volante nunca perdeu a oportunidade de extravasar seus sentimentos e desabafar pelas críticas que sempre recebeu.

De volta ao Internacional, clube que o revelou como jogador, Dunga vê seu trabalho mais uma vez questionado pela torcida, que já pede o retorno de Abel Braga. O torcedor impacientou-se com a sequência de tropeços cometida pelo Colorado. O treinador, no entanto, mantem o discurso firme.

Dunga, no entanto, não pode levar as críticas para o lado pessoal. Faz parte do trabalho de treinador de futebol ter de lidar com avaliações de todos os tipos, sejam elas boas ou ruins. Ademais, ele é uma pessoa pública e a exposição sempre traz comentários nem sempre desejados. Acho que também cabe aqui salientar que o torcedor é totalmente passional, a ponto de proferir opiniões sem a menor lógica ou fundamento.

O ano para o Internacional ainda não está perdido. O clube tem um grande elenco e um treinador que, apesar de jovem, já tem bastante experiência e títulos internacionais, tanto como atleta quanto como técnico. Há, ainda, chances de vencer a Copa do Brasil e de, ao menos, beliscar uma vaga para a Libertadores 2014 ao ficar entre os quatro primeiros colocados no Brasileirão.

Dunga, no entanto, deverá, mais uma vez, lidar com as críticas que surgirão neste princípio de crise, que ainda não é, mas poderá se tornar dependendo dos próximos resultados. E, claro, será necessário abrir mão de algumas convicções e promover mudanças no elenco ou no estilo de jogo.

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