segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Acorda, Mano!

Cada vez que eu olho para o Flamengo do Mano Menezes, fico especulando qual será a próxima contratação pedida pelo treinador. Cristian Baroni? Germán Herrera? Dentinho? Faz sentido, afinal, prestes a completar três meses à frente do Rubro-Negro, Mano já montou um time quase inteiro do Corinthians, como se a equipe que ele dirigiu entre 2008 e 2010 fosse um primor técnico.

Quando esteve à frente da Seleção Brasileira, o Mano fez a mesma coisa e convocou quase todos os seus ex-comandados de Timão. Elias, Jucilei, Ralf, André Santos e Douglas foram alguns dos selecionados.

Sendo bastante franco, o Corinthians do Mano não era uma equipe tecnicamente brilhante. Tinha o craque Ronaldo em fim de carreira e longe da forma física ideal, mas que ainda fazia a diferença no gramado. Além do Ronaldo, acho que só o Douglas (um meia com boa visão de jogo) e o Elias (volante versátil que pode atuar na armação e na marcação) jogavam um pouquinho de bola. O resto do time era mais raça do que técnica e com alguns jogadores cujo desempenho oscilava muito de um jogo para o outro.

O grande problema do Mano é óbvio: ele se apega em demasia ao seu passado e quer sempre manter quem ele gosta perto dele. Isso é ótimo na vida pessoal, mas nem sempre funciona na vida profissional. No ambiente empresarial deve-se pensar no rendimento, ainda que tenhamos de abrir mão de algumas de nossas convicções.

O tempo passou. Alguns desses atletas já estão sofrendo com as limitações impostas pela idade e também pelas lesões. O auge da carreira de muitos deles já foi. Não daria para esperar, portanto, que repetissem o sucesso do Corinthians em 2009, quando Mano conquistou a Copa do Brasil.

O Flamengo já está bem perto da zona de rebaixamento e está correndo o risco de sofrer sua primeira queda em todos os seus anos de existência. E isso mancharia o nome do maior clube do Rio de Janeiro.

Mano precisa se conscientizar e abrir mão um pouco de suas convicções. O Rubro-Negro precisa reagir, atacar, valorizar a posse de bola, se impor em campo. Ele teve dois anos à frente da Seleção Brasileira para aprender isso, mas, pelo jeito, ele não abre mão de suas crenças nem mesmo em nome dos rendimentos.

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