quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Os Maus Exemplos da Imprensa Brasileira

Imagem extraída de http://www.facebook.com/goiasec.oficial

Eu fico estarrecido com algumas atitudes da imprensa. A grande maioria dos veículos de comunicação afirma ser contra os preconceitos e contra a violência mas quase todos se contradizem quando o assunto é futebol.

Vocês têm visto as matérias a respeito do atacante Walter do Goiás? O jogador tem feito sucesso na artilharia com seus gols marcados, mas vive sendo criticado -muitas vezes de forma maldosa- por ser gordinho. Aí, chegamos àquelas perguntas feitas pelas campanhas contra o bullying: será que o jogador não tem algum distúrbio de apetite em decorrência de algum problema pessoal? Será que o atleta não sofre de alguma doença? Acho que não adianta nada fazer campanha na televisão contra o bullying se jornais, revistas, emissoras e sites ficam tirando sarro do centroavante pelo fato dele estar acima do peso.

Outra grande falta de bom senso por parte de alguns veículos da imprensa é a associação de certos clubes de futebol com o homossexualismo, oferecendo uma conotação depreciativa ao termo. De novo: não adianta nada fazermos campanhas contra a homofobia se meios de comunicação continuam a tratar a relação entre pessoas do mesmo sexo com deboche. Você ensina para as crianças, dessa forma, que não tem nada de mais insultar homossexuais. Essas crianças depois crescem e se transformam naquelas pessoas intolerantes que agridem e até matam gays como se fosse coisa mais normal do mundo.

E nas entrevistas coletivas? Sempre há pelo menos um repórter fazendo questionamentos polêmicos ou pedindo para o entrevistado comentar alguma provocação do adversário. Emissoras adoram "apimentar" as partidas com esse tipo de declaração, mas nunca levam em conta que isso é um grande incentivo à violência. Certa vez, alguns sites publicaram uma provocação do peruano Paolo Guerrero ao São Paulo, e o ônibus da delegação do Corinthians foi apedrejado na noite seguinte. E se alguém se machucasse ou mesmo perdesse a vida? A culpa cairia sobre os ombros da torcida do São Paulo e, talvez, sobre o atacante. Mas e a mídia que propagou a mensagem com sensacionalismo?

E o que dizer das matérias que transformam pequenas discussões durante um treino em um racha no elenco? Todo dia encontro notas em jornais e sites esportivos afirmando a existência de intrigas nos times. Algumas dessas afirmações nem ocorreram de verdade, mas há vários repórteres e jornalistas que adoram criar "climão" no meio esportivo.

A imprensa deveria ter a missão de informar mas, pelo jeito, vale tudo para alavancar a audiência e a venda de tabloides.

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