terça-feira, 17 de setembro de 2013

Sintomas

Imagem extraída do Facebook oficial do Corinthians-
http://www.facebook.com/corinthians

Eu não acredito em crise no Corinthians. A imprensa afirmou, os torcedores protestaram e até os comentaristas assumidamente corinthianos criticaram. E criticaram pesado. Mas ainda acho que é muito prematuro para se falar em uma crise no Timão, que ainda está longe da zona de rebaixamento e tem 17 rodadas para se reencontrar em campo.

É preocupante, no entanto, a sequencia ruim de resultados com três derrotas e um empate com o lanterna Náutico em pleno Pacaembu. A derrota de domingo para o Goiás também foi no Estádio Paulo Machado de Carvalho. Algo acontece que o Coringão não corresponde mais à força de sua torcida. O Corinthians dá sinais de que está com alguma doença e se não for tratada a tempo, arruinará as chances de título ou mesmo de disputar a Libertadores em 2014.

Na semana passada, o jornalista Luis Prósperi publicou em seu blog que o elenco do Corinthians está muito velho para atuar nos padrões desejados por Tite: priorizando a marcação, a raça e a velocidade. O autor creditou, ainda, a queda de rendimento à saída de Paulinho em julho.

Casagrande, durante a derrota do Timão para o Inter, afirmou algo muito interessante: o Coringão é um time que sai pouco para o jogo por priorizar em demasia a marcação e a defesa. Esta crítica, por sinal, é a mesma que o também ex-jogador Caju fazia em sua coluna do extinto Jornal da Tarde.

Há, ainda, quem atribua a má fase devido ao rendimento abaixo das expectativas por parte dos reforços vindos para esta temporada. Pato tem sido vaiado jogo após jogo. Renato Augusto vem sendo chamado de "chinelinho" por suas constantes lesões. Ibson e Maldonado, dispensados pelo Flamengo, nunca atraíram a simpatia do torcedor corinthiano.

Há quem culpe o técnico. Eu, no entanto, continuo defendendo a permanência de Tite no comando do Corinthians. Eu acho que trocar de treinador raramente traz algo de benéfico durante um princípio de crise. O próprio Timão demonstrou isso entre 2006 e 2007, quando trocou de treinador várias vezes, mas nenhum aliviou a crise no time; e em 2011, quando a diretoria bancou Tite após a eliminação para o Tolima e o gaúcho conquistou praticamente tudo o que disputou. Ademais, sempre escrevo que o torcedor corinthiano tem uma dívida com Adenor Bacchi.

O treinador, no entanto, precisa sair de sua zona de conforto e ousar mais. Ninguém mais aguenta uma equipe que toma poucos gols mas precisa suar a camisa para colocar a bola na rede. Está mais do que na hora de se reinventar, mudar o esquema tático (continuo sugerindo o 4-1-2-3, com três atacantes e dois armadores) e, possivelmente, dar mais chances a atletas da base. Alguns dos atletas com mais de 30 anos, de fato, já vêm sentindo o peso da idade com lesões e/ou atuações irregulares. Não creio que seja falta de vontade, como alguns afirmam.

Se o treinador não quiser mudar nada disso, então que faça a equipe trocar mais passes. Cansaria bem menos o atleta e, ainda, impediria o adversário de jogar porque a posse da bola seria sempre do Timão. O Douglas e, um pouquinho, o Danilo poderiam jogar assim tranquilamente.

Independente de qual for o problema do Corinthians, é bom que a doença seja rapidamente identificada, diagnosticada e tratada, ou o time irá padecer pelo agravamento dos sintomas. E uma crise de verdade poderá se instaurar no clube.

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