quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A Última Chance de Kaká

Imagem extraída do Facebook oficial do Milan- http://www.facebook.com/ACMilan

Alguém aí pode me explicar por que torcedores e imprensa fazem tanto lobby para que Kaká volte à Seleção Brasileira e jogue a Copa de 2014 aqui no Brasil?

Vou resgatar uma frase do grande Paulo César Caju em sua coluna no extinto Jornal da Tarde: Kaká negou fogo em 2006 e 2010. Alguém acha que em 2014, mais velho e com um monte de lesões na bagagem, ele vai arrebentar?

Reconheço suas qualidades: ele é esforçado e foi eleito o melhor jogador do mundo em 2007, é verdade. Mas agora os tempos são outros. O corpo já não responde como há seis anos atrás quando ele estava no auge, e as seguidas lesões que o atleta sofreu comprometeram o desempenho do esportista.

Muita gente na imprensa culpou o treinador José Mourinho pelo fato de Kaká estar sempre esquentando banco no Real Madrid. Pode até ser verdade, mas o atual treinador, Carlo Ancelotti, manteve o brasileiro no banco. E o técnico italiano gosta do atleta brasiliense, tanto que comandou-o no Milan (quando ambos foram campeões da Champions League em 2007) e também declarou que "poderia dar chances ao seu antigo comandado". Tal fato "inocenta" o português da acusação de estar perseguindo Kaká e deixa claro que o meia já não atua mais no nível técnico esperado e/ou está abaixo dos outros concorrentes pela posição.

Kaká acertou o seu retorno ao Milan na esperança de recuperar a titularidade e a visibilidade, já mirando um retorno à Seleção Brasileira. Fez juras de amor ao clube rossonero e espera corresponder ao carinho do torcedor milanês. E eu também espero que ele realmente consiga, mas, sinceramente, não tenho muitas expectativas sobre o desempenho do meia brasiliense.

Quanto à possibilidade de seu retorno à Seleção Brasileira: o desempenho do atleta nos dois últimos amistosos que ele atuou (contra Itália e contra Rússia) foi muito ruim. Muita gente acredita que falta um camisa 10 para a Seleção e vê em Kaká esse jogador, mas a realidade é outra. O Brasil cria pouco porque o senhor Luis Felipe Scolari, em sua obsessão por defender, coloca pouca gente para armar uma jogada e o pobre Oscar fica sozinho e sobrecarregado na função de armador. Como o atleta do Chelsea é o único capaz de pensar uma jogada, os outros times conseguem matar o Brasil marcando o único armador brasileiro. Foi o que o México fez em 2012 quando nos tirou a medalha de ouro durante as Olimpíadas em Londres. Trocar o Oscar pelo Kaká, portanto, não vai resolver a falta de criatividade de nossa Seleção. A solução correta seria tirar um volante e colocar mais um meia para ajudar o atleta do Chelsea, mas o Felipão jamais fará isso.

Desejo boa sorte ao Kaká em sua volta ao Milan e que ele seja feliz novamente, mas recebo o seu retorno com cautela.

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