sábado, 14 de setembro de 2013

Futebol Arte Marcial

Imagem extraída de http://www.facebook.com/portuguesaoficial

Antigamente o nosso futebol era tão bonito que grandes artistas e intelectuais escreviam letras de música, romances, poemas entre outras obras de arte para homenagear nossos craques e suas façanhas. Nos dias de hoje,contudo, o máximo que eu ouço são letras de funk que fazem um sucesso tão passageiro quanto o dos atletas homenageados.

Nosso futebol não tem mais artistas e nem espetáculo. Tornou-se algo árido, rústico, sem graça. Os lances bonitos deram lugar à violência e à burocracia. Os poucos que remam contra a maré da brutalidade vão embora cedo para a Europa porque aqui não há mais lugar para eles. Neymar, Bernard e Lucas foram alguns desses meninos talentosos que partiram ao Velho Continente em busca de palcos mais apropriados para os seus espetáculos.

Nossos times realmente não são mais dignos de homenagens. São poucos os grandes artistas que se animam em homenagear seus times de coração. Ou alguém aí acha que os feitos da atual Seleção Brasileira, que se notabiliza mais pela raça do que pela técnica, são dignos de serem lembrados em um romance? Algum jogador do futebol brasileiro, por acaso, foi homenageado com alguma letra de música? Os filmes em homenagem aos feitos recentes do São Paulo e do Corinthians, por acaso, foram sucesso absoluto de bilheteria?

Nossas equipes não inspiram mais artistas. Se não há mais artistas dentro de campo, que tipo de fascínio o futebol brasileiro pode exercer sobre o expectador? Posso dizer que o nosso futebol tornou-se tão feio e violento que só nos oferece ideias para compor letras e poemas tão vulgares como o jogo que vemos às quartas-feiras e domingos. Deve ser por isso que o futebol brasileiro só origina letras de funk nos dias atuais.

Nossos jogadores também não ficam na memória do torcedor, salvo algumas poucas exceções. Na Europa é comum os grandes craques serem lembrados com estátuas. Alex Cabeção foi um destes homenageados graças ao seu magnífico futebol (que os torcedores do Coritiba, felizmente, podem apreciar), carisma e identificação com o Fenerbahçe da Turquia. Aqui no Brasil, apenas Romário (Vasco) e São Marcos (Palmeiras) mostraram-se dignos de tamanha honraria em tempos recentes. O futebol brasileiro está tão pobre em talento que os próprios dirigentes reconhecem e sequer fazem grandes homenagens aos seus ídolos.

Por quanto tempo nosso futebol permanecerá nesse nível técnico tão lamentável? Onde está o nosso chamado futebol-arte? Por que mais ninguém dribla, toca a bola ou cria chances de gol? Onde estão aqueles grandes craques e aqueles lances bonitos que tanto encantavam os artistas?

Neste cenário tão desolador, eu questiono: onde o artista João Carlos Martins encontra tamanha inspiração para homenagear a sua Associação Portuguesa de Desportos com seu grande talento musical?

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