domingo, 8 de setembro de 2013

Tipo Importação

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München-
http://www.facebook.com/FCBayern

O programa que o governo lançou para incentivar a vinda de médicos cubanos para o Brasil me deu uma grande ideia: poderíamos aproveitar e melhorar a situação de nosso grotesco futebol trazendo profissionais de outros países para resgatarmos os valores que perdemos em nome da "eficiência" e da "raça".

Para começar, gostaria de convidar ex-atletas da Alemanha para se tornarem dirigentes em nossos clubes e federações. Vocês viram como Uli Hoeness, Karl-Heinz Rummenigge, Paul Breitner e outros colocaram o Bayern München em evidência? Vale lembrar que o lendário Franz Beckenbauer também foi dirigente do clube bávaro e contribuiu com a construção de sua estrutura exemplar. Os ex-atletas da Seleção Alemã conduziram o clube com um profissionalismo e competência impressionantes. Verifiquem o desempenho do Bayern nos últimos anos e o leitor verá que o clube bávaro nem sempre conquistou títulos mas o time raramente decepciona o torcedor. Se a tradição se mantiver, Jürgen Klinsmann, Berti Vogts, Lothar Matthäus e outros campeões pela Mannschaft podem se tornar bons dirigentes.

Convidaria, também, treinadores espanhóis ou holandeses para nos ensinarem a jogar bola coletivamente sem usar da burocracia ou da brutalidade. Claro que o meu nome preferido seria o Mestre Johan Cruyff, mas penso que seus pupilos também poderiam nos ensinar o "Tiki-Taka" ou o "Totaalvoetbal", dois estilos de futebol que combinam eficiência e arte, e que, portanto, ajudariam a recuperar a essência de nosso futebol. Koeman, Guardiola, Bakero, Stoichkov (esse é búlgaro, mas foi atleta do Mestre) e Laudrup (dinamarquês, mas foi o cérebro da equipe campeã da Champions em 1992) seriam alguns bons candidatos a nos ensinarem os fundamentos nos quais NÓS deveríamos ser referência.

Para fechar com chave de ouro, convidaria atletas argentinos para compor a base do meu clube. Vocês viram como Montillo, Conca, D'Alessandro, Scocco e Maxi Biancucchi e outros se destacaram em nosso futebol (o verbo vai para o presente nos casos de D'Ale, Nacho e Maxi)? Os argentinos são determinados, jogam para o time, driblam e tocam a bola na medida certa. Eu "importaria" dezenas de garotos de nosso país vizinho e traria junto um maestro para capitaneá-los em campo, possivelmente Riquelme ou Maxi Rodríguez. Esses dois têm muita experiencia para ensinar aos jovens dentro de campo.

Escrevo tudo isso porque o nosso futebol está uma verdadeira porcaria em todos os sentidos. Onde já se viu um bando de pernas-de-pau serem venerados pelos torcedores apenas porque se valem da truculência e do anti-jogo para intimidar um adversário? E alguns desses animais ainda receberam o direito de vestir a camisa de nossa seleção, honraria que jamais deveria caber a jogador que só dá carrinho e trombada. Os treinadores, em sua maioria, também não entendem nada de bola (a grande maioria deles, quando atuava, não sabia diferenciar a bola da canela de um adversário na hora de chutar) e vencem os campeonatos utilizando táticas covardes e violentas, o chamado "futebol eficiente". E o que dizer de alguns de nossos dirigentes que colocam os interesses pessoais acima das necessidades dos clubes e ainda se consideram mais importantes que os atletas, os caras que realmente conquistam os títulos e as vitórias?

Enquanto o nosso futebol continuar esse lixo (para não ter de dizer outra palavra mais chula), vou incentivar a vinda de profissionais de outros países para nos "reabilitar". Quem sabe a gente, dessa forma, esquece os brucutus e os burocratas e volta a jogar futebol de verdade. E sem essa de que somos o "País do Futebol": não merecemos o rótulo há muito tempo e, enquanto nós mantivermos essa postura arrogante, nós caminharemos cada vez mais ao fundo do poço, ainda que consigamos algum título.

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