sábado, 26 de julho de 2014

1994: A Muleta da CBF

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF/


Vocês notaram como os cartolas da CBF valorizam em demasia o título conquistado no mundial de 1994? Eles sempre se apegam à conquista do tetra nos bons e, principalmente, nos maus momentos.

Em 2002, após Felipão ter deixado a Seleção após a conquista do penta, retornaram Carlos Alberto Parreira e seu eterno auxiliar Zagallo, ambos presentes no banco de reservas da equipe tetracampeã. Com o fracasso na Alemanha em 2006, saíram Parreira e Zagallo para a entrada de Dunga e Jorginho, ambos jogadores presentes na campanha de 94. Em 2012, com a demissão de Mano Menezes, Felipão retornou trazendo Parreira como coordenador técnico. E agora, Dunga, Gilmar Rinaldi, Taffarel e Mauro Silva assumem o comando da Seleção, todos ex-jogadores presentes na copa realizada nos Estados Unidos.

Reconheço a importância do título de 94, afinal foram 24 anos de jejum em copas do mundo. Até então, o último título em mundiais havia sido o de 1970.

A Seleção campeã de 94, contudo, nem de longe pode ser considerada a melhor de todos os tempos. Conquistou o título mas nem de longe possui o encanto dos times dos anos 60 e 70. Romário era o único craque do time. Alguns lampejos de Bebeto, Raí e Zinho ajudavam o Brasil a sair da monotonia em campo.

Os dirigentes da CBF sempre valorizam em demasia o título de 94. É como se o futebol só existisse depois do tetra. Concordo quando Caju diz que os times de 58, 62, 70 e também o de 82 mereciam ser mais valorizados por representarem a verdadeira essência do futebol brasileiro, bonito, plástico e ofensivo. Preocupamo-nos muito mais com quantidade de títulos do que com a qualidade do futebol.

Apenas para citar um exemplo recente, vejam a Alemanha que fez o caminho inverso em relação ao nosso. As equipes de antigamente eram muito pesadas e os zagueiros se destacavam muito mais que os atacantes. Hoje, a Mannschaft tem um time leve, ofensivo, coletivo e que joga um futebol de encher os olhos. Kroos, Götze, Özil e Müller desfilam em campo com muita leveza e elegância. Os cartolas alemães acreditaram no projeto de Jürgen Klinsmann e Joachim Löw, mantendo a base a despeito da demora para os troféus chegarem.

O título de 94 foi importante, mas ele não serve como justificativa para todas as decisões dos cartolas. Aquele troféu não pode ser usado como um escudo contra os críticos e nem como argumento único para o futuro.

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