sábado, 12 de julho de 2014

Pela Porta dos Fundos

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- https://www.facebook.com/FCBayern


Faço coro com o que o craque Casagrande disse quando findou-se a partida entre Brasil e Holanda: a Seleção Brasileira deveria permanecer em campo para aplaudir e cumprimentar seus adversários pela conquista do terceiro lugar. Nossos jogadores, contudo, saíram o mais rápido que puderam após o apito final e deixaram os holandeses fazendo festa sozinhos no gramado? Cadê a hospitalidade? Cadê o fair play? Cadê o espírito esportivo?

A Holanda, sem Sneijder e sem nada a perder, começou o jogo atacando. Respeitou o Brasil, é verdade, mas mostrou-se muito mais ousada do que no jogo contra a Argentina aproveitando que a Seleção Brasileira estava mais ocupada em marcar do que criar chances de gol. Os espaços deixados no meio-de-campo foram tudo o que a Oranje precisou para anotar dois gols em 15 minutos.


Sem nenhum brasileiro no meio-de-campo, Robben (centralizado),
deitou e rolou pelo setor, criando as melhores chances de gol,
participando do gol de Blind e sofrendo o pênalti convertido por Van
Persie. Oscar, de volta ao centro, melhorou um pouco a criatividade
no setor, mas o Brasil continuou dependendo dos chutões para
criar chances de gol (imagem obtida via this11.com).


O Brasil melhorou um pouco no segundo tempo com as entradas de Fernandinho e Hernanes, que deram um pouco mais de qualidade no toque de bola, mas a Holanda continuava melhor. Mesmo a fraca zaga holandesa não tinha dificuldades em anular Jô, Willian e Oscar. E a Oranje, visivelmente cansada, passou a trocar passes ao invés de se movimentar, mas isto não diminuiu a eficiência ofensiva do time.


Com a troca dos volantes, o Brasil melhora, mas Holanda continua
superior no meio-de-campo e na posse de bola. Oranje diminui o
ritmo mas continua perigosa no toque de bola. O gol de Wijnaldum
sacramentou o bronze holandês (imagem obtida via this11.com).


Confesso que a Holanda até merecia estar na final contra a Alemanha. Foi uma equipe corajosa, ousada e que joga um belo futebol, mas que respeitou em demasia seus dois últimos rivais. Pagou o preço por repeitar demais a Argentina e, mesmo com o placar de 3x0, não foi totalmente perigosa contra o Brasil.

O Brasil cometeu os mesmos erros contra a Alemanha ao jogar muito recuado e oferecer o meio-de-campo para os rivais jogarem. Ficou mais do que óbvio que apenas raça não é suficiente para vencer uma Copa do Mundo. É preciso voltar a jogar bola, treinar fundamentos, melhorar o nível do nosso futebol e mudar a mentalidade das partes envolvidas. Poderia fazer mais críticas, mas prefiro aguardar a conclusão do torneio.

A despeito das duas goleadas sofridas, penso que o Brasil não foi mal em 2014 com o quarto lugar. Não foi porque o time não era bom, principalmente no meio-de-campo, e dependia do lampejo de seus poucos craques convocados. O esforço e a dedicação do grupo, contudo, deu sobrevida à Seleção. Mas, como escrevi no parágrafo acima, apenas raça e dedicação não são suficientes para conquistar títulos.

Lamento, apenas, que o último ato da Seleção na copa não tenha feito jus ao espírito esportivo e ao fair play. Tenho certeza de que se fosse o contrário, Van Persie, Robben, Sneijder e companhia estariam aplaudindo a conquista do bronze pela Seleção Brasileira até o último minuto da cerimônia.


Imagem extraída de https://www.facebook.com/fifaworldcup

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