Tiki-Taka X Ônibus! E Isso Não Foi Jogo de Champions League!

Imagem extraída de https://www.facebook.com/AFASeleccionArgentina

Um time valoriza a posse de bola trocando passes curtos no campo de ataque enquanto o outro forma duas linhas de quatro jogadores e articula suas chances de gol em contra-golpes pelos flancos. Parece que estamos falando de algum jogo da Champions League com o Barcelona enfrentando o Chelsea, certo? Na verdade, estou falando do jogo entre Argentina e Suíça, válido pelas oitavas-de-final da Copa do mundo 2014.

Com um time leve, cheio de jogadores baixinhos e com uma zaga não muito eficiente, o treinador Alejandro Sabella colocou o seu time na ofensiva e tratou de fazer seus jogadores criarem chances de gol através da troca de passes no campo de ataque.

Conhecendo os pontos fortes do adversário, em especial Lionel Messi, o treinador Ottmar Hitzfeld valeu-se das armas "anti-Barcelona" e colocou seus jogadores formando duas linhas de quatro próximo à área de Diego Benaglio. Os alas e os laterais seriam encarregados de articular contra-ataques rápidos pelos lados, aproveitando o fato de Rojo e Zabaleta serem fracos na marcação.

Quem viu os desempenhos recentes de Chelsea, Real Madrid e Atlético diante do Barcelona, deve ter apostado no sucesso de Hitzfeld, que conta com o bom winger Shaqiri. Mas não foi bem assim.

Sim, você já viu este filme. Argentina no 4-3-3/4-2-3-1/4-4-2
(depende dos posicionamentos de Messi, Di María e Lavezzi)
ocupam o campo de ataque para trocar passes. Suíça se defende
no 4-4-1-1 com duas linha de quatro para tirar os espaços dos
argentinos e articular contra-golpes pelas pontas. Shaqiri, jogando
pelos dois lados, foi o mais perigoso pela Suíça (obtido via this11.com).

A retranca suíça conseguiu anular os atacantes argentinos, mas Drmić e Shaqiri não conseguiam vencer Romero. Messi tentou resolver na base das jogadas individuais, mas Behrami tratava de anular a Pulga. Os treinadores praticamente não mexeram em suas equipes no segundo tempo, insistiram nas mesmas estratégias e a partida inevitavelmente foi para a prorrogação.

Mesmo com o calor de São Paulo, as equipes ainda tiveram pernas para correrem no tempo extra. Mesmo jogando com quatro volantes (Džemaili, Behrami, İnler e Fernandes) os suíços foram um pouco mais ousados na prorrogação, mas acabaram abrindo um espaço que não poderiam...

Visão de jogo é isso aí: Messi, muito marcado, achou Di María
vindo pela direita e deu um passe açucarado para o jogador do
Real Madrid fazer o gol da classificação (obtido via this11.com).

Respeito muito os suíços, mas é sempre um grande privilégio ter o talento de Messi em nossos gramados. O atacante não fez o dele, mas mostrou versatilidade ao atuar recuado como meia e criar as melhores chances albicelestes na partida. Estou mais do que feliz em saber que, por pelo menos mais uma rodada, ele vai nos brindar com seu talento. Di María também jogou muita bola e lutou do começo ao final, a despeito de estar cansado pela última temporada. Sua dedicação e talento foram recompensados com o gol da classificação.

Será que Guardiola viu o jogo? Tenho certeza que ele ficaria orgulhoso em saber que o futebol de troca de passes superar o "ônibus" dos suíços.

Imagem extraída de https://www.facebook.com/AFASeleccionArgentina