quarta-feira, 2 de julho de 2014

A Seleção das Oitavas-de-Final

Imagem extraída do Facebook oficial de James Rodríguez- https://www.facebook.com/10Jamesrodriguez


Quem acompanhou os jogos das oitavas, deve ter reparado que muitos times estão jogando com mais cautela. O fato das seleções serem eliminadas em caso de derrota faz com que as equipes atuem com mais prudência em campo e arrisquem menos.

Os únicos times que se arriscaram mais para o ataque foram o Chile e a Holanda, ambas seleções de zagas bastante fracas e que compensaram isso com muito ataque e muita pressão.

Isso não significa que os times tenham deixado de criar chances de gol e de atacar. Os goleiros trabalharam bastante nesta rodada e foi muito difícil escolher um destaque para a posição. Júlio César, Claudio Bravo, Manuel Neuer, Raïs M'Bolhi, Keylor Navas, Courtois, Howard, ... Todos eles foram bastante exigidos e fizeram grandes defesas, muitas delas em chutes à queima-roupa.

Cinco dos oito jogos só foram decididos após o tempo normal. Os 90 minutos iniciais não foram suficientes para Brasil X Chile, Costa Rica X Grécia, Alemanha X Argélia, Argentina X Suíça e Bélgica X Estados Unidos. Ademais, duas partidas (Brasil X Chile e Costa Rica X Grécia) só foram decididas nos pênaltis. Muitos podem argumentar que o nível das grandes seleções caiu, mas acredito que são os times menos tradicionais que, não tendo nada a perder, decidiram ousar e tentar surpreender os adversários considerados "favoritos". O futebol ganhou muito com isso.

As melhores partidas foram Colômbia X Uruguai (com os Cafeteros dando um show de bola e organização), Holanda X México (com o treinador Louis Van Gaal honrando a tradição ofensiva da Oranje e conquistando uma merecida vitória sobre o retranqueiro México) e Alemanha X Argélia (uma partida muito interessante sob o ponto de vista tático). Mas, no geral, todos os jogos foram bons.

E a seleção das oitavas? Bem, confesso que foi difícil escolher os destaques da rodada a despeito de termos menos jogadores a escolher devido ao equilíbrio entre os times. Mas vamos a eles!


GOLEIRO:

Júlio César (Brasil): todos os goleiros que eu citei acima foram dignos de menção nesta rodada, mas o experiente arqueiro compensou as falhas defensivas do Brasil segurando o ímpeto do Chile e ainda pegou dois pênaltis. Eu mesmo contestei sua convocação, mas a Seleção se classificou às quartas graças a ele.


LATERAIS:

Philipp Lahm (Alemanha): substituiu o inseguro Shkodran Mustafi pela direita mostrando a todos que o seu lugar é na lateral, e não no meio-de-campo. De volta à sua posição de origem, só cometeu um erro na partida, justamente aquele que gerou o gol de Djabou.

Benedikt Höwedes (Alemanha): não deixou Feghouli ser notado em campo e ainda subiu bastante pela esquerda. Começa a mostrar qualidade na função, mesmo improvisado como lateral.


ZAGUEIROS:

David Luiz (Brasil): foi, junto com Júlio César, o melhor jogador brasileiro em campo. Foi esforçado, não se deixou abater diante da forte pressão chilena e ainda fez o gol do Brasil na partida após desvio em Gonzalo Jara. Também foi bem na sua cobrança de pênalti.

Per Mertesacker (Alemanha): ganhou todas as divididas contra os argelinos, cometeu pouquíssimas faltas e ainda foi à área tentar cabeceios de bola parada. Acabou de vir de grande temporada do Arsenal e está com a corda toda.


VOLANTE:

Paul Pogba (França): ganha a menção pelo gol, mas precisa ser mais cauteloso nas divididas.


MEIAS:

James Rodríguez (Colômbia): dois gols, habilidade e visão de jogo. Já passou Müller na artilharia com cinco gols e continua evoluindo.

Ángel Di María (Argentina): voltou há pouco tempo de lesão e nem parece que estava machucado. Fez uma partida espetacular contra a Suíça, demonstrando muito esforço e habilidade. Foi recompensado com o gol da classificação.


ATACANTES:

Arjen Robben (Holanda): não deixou o seu desta vez, mas foi o responsável pelos dois gols holandeses na partida -cobrou o escanteio que terminou em gol de Sneijder e sofreu o pênalti convertido por Huntelaar. Fora isso, ele não deixou de buscar jogo mesmo com seu time perdendo e ainda mostrou muita velocidade e habilidade com a bola. É craque e joga nas duas alas.

Lionel Messi (Argentina): já foi meia, winger, centroavante e segundo atacante. Mesmo jogando mais recuado contra a Suíça, mostrou todas as suas qualidades com dribles, jogadas individuais, qualidade no passe e visão de jogo. Não fez gol, mas deu o passe para Di María classificar a Argentina às quartas.

Antoine Griezmann (França): mudou o jogo contra a Nigéria ao fazer boas jogadas pela esquerda. Teve atuações apagadas na fase de grupos e acabou na reserva de Giroud, mas se redimiu na partida contra as Super Águias.


TREINADOR:

Louis Van Gaal (Holanda): ao invés de se acovardar ao sofrer o primeiro gol, coisa que muitos "professores" fariam, soltou o time e mandou sua equipe buscar a virada. Palmas para o treinador holandês. Será que ainda vale à pena jogar com o regulamento embaixo do braço? Menção para Vahid Halilhodžić, treinador da Argélia que armou uma equipe combinando defesa eficiente com toque de bola e velocidade. Quase superou a Alemanha, mas o dia inspirado de Neuer e o cansaço de seus atletas não permitiram que o treinador bósnio classificasse sua equipe. Saiu de campo ovacionado pela torcida e pelo elenco.


DESTAQUE DA RODADA:

James Rodríguez: ele de novo. Dois gols e muita elegância em campo. Arrancou elogios até mesmo do treinador adversário, Óscar Tabárez. É o craque da competição até o momento, junto com Robben e Müller.


Seleção das oitavas-de-final armada no 4-3-3
(imagem obtida via this11.com).


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