terça-feira, 7 de outubro de 2014

Nunca Será o Bastante

Imagem extraída de https://www.facebook.com/J.BianchiF1/



Não assisti ao Grande Prêmio do Japão no último final de semana. Eu estava em viagem e o horário era muito ingrato para mim. Para ser honesto, deixei de acompanhar a categoria há algum tempo.

Eu nem sabia quem era Jules Bianchi e nem o que estava acontecendo na categoria. Soube do acidente apenas ontem pela manhã, depois que cheguei em casa.

O acidente sofrido pelo francês foi devido a uma soma de fatores, incluindo o clima (havia uma forte tempestade em Suzuka, local da prova) e, talvez, falhas humanas (segundo o ex-piloto Alain Prost, a direção da prova deveria ter enviado o Safety Car à pista enquanto o guindaste estivesse removendo o carro de Adrian Sutil).

Há exatos vinte anos, a segurança nas corridas tornou-se ainda mais rigorosa após as mortes de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna, ambos falecidos em Imola, Itália. O austríaco morreu após sofrer um acidente nos treinos classificatórios enquanto Senna faleceu no dia seguinte, durante o GP de San Marino de 1994. Foram adotadas uma série de medidas de segurança, incluindo redução na potência dos motores, aumento do peso dos carros, limitação da velocidade nos boxes, uso de caixas de brita nas áreas de escape nas curvas mais perigosas, entre outras providências.

Não houve mais mortes de pilotos na F-1 desde a adoção das mudanças. Tais medidas diminuíram drasticamente a probabilidade de haver um acidente, mas não evitaram completamente uma ocorrência mais grave. Apenas para citar dois exemplos, Michael Schumacher fraturou uma perna em 1999 após uma forte batida causada por uma falha nos freios. Dez anos depois, Felipe Massa sofreu um traumatismo craniano durante um treino após ser atingido por na cabeça uma peça que se desprendeu do carro do compatriota Rubens Barrichello. Como se vê, por mais rigorosas que sejam as medidas de segurança adotadas, elas não podem ser consideradas infalíveis em hipótese alguma.

Tais fatos não inocentariam os organizadores da prova, supondo-se de que os ex-pilotos tenham razão em suas críticas. A adoção de medidas ainda mais rígidas na segurança das pistas diminuiriam drasticamente a ocorrência de acidentes, mas jamais os evitariam completamente. Mesmo os mais rígidos esquemas de segurança possuem falhas que, infelizmente, são percebidas apenas quando o pior já acontece.

Tenha sido por erro humano ou fatalidade, houve o acidente envolvendo o jovem piloto francês que hoje luta por sua própria vida.



Leia mais:

Globo Esporte- Imagens fortes: vídeo mostra batida de Bianchi no Japão, a mais de 150km/h: http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2014/10/imagens-fortes-video-mostra-batida-de-bianchi-no-japao-mais-de-200kmh.html

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