domingo, 3 de novembro de 2013

E se a Fonte Secar?

Imagem extraída de http://www.facebook.com/FluminenseFC

A parceria do Fluminense com a Unimed (empresa de planos de saúde) é, sem dúvida, uma das grandes responsáveis pelo sucesso que o time das Laranjeiras vem obtendo nos últimos anos.

Muitos grandes atletas vieram às Laranjeiras graças ao capital investido pelo parceiro. E não deve parar por aí: já se fala na vinda de Conca e Lucas Moura para 2014.

Eu, no entanto, me lembro de algumas parcerias no futebol que trouxeram grandes atletas para os clubes, mas que terminaram de forma melancólica para as entidades.

Quem não se lembra da parceria Palmeiras-Parmalat nos anos 90? A empresa italiana de laticínios investiu milhões de dólares no Alviverde que pôde montar grandes elencos de sucesso naquela década. Edmundo, Mazinho, Zinho, Cléber, Roberto Carlos, Cafu, César Sampaio, Evair, Alex Cabeção, Arce e Asprilla foram alguns dos grandes atletas que trouxeram títulos e alegrias ao torcedor palmeirense. Quando a Parmalat entrou em crise nos anos 2000, contudo, o Palmeiras perdeu um de seus alicerces financeiros e a queda para a Série B foi inevitável.

E o que dizer da parceria Corinthians-MSI entre 2004 e 2006? Vieram grandes jogadores -Tévez, Nilmar, Mascherano, Roger Flores, Gustavo Nery, ...- e o tetracampeonato brasileiro em 2005. Quando o clube rompeu a parceria em 2007, contudo, o Timão tentou apostar nos chamados "Meninos do Terrão" e também garimpou dezenas de jogadores em clubes do Interior Paulista -em especial no Bragantino. Não deu certo e o Coringão também foi rebaixado.

Eu, de maneira alguma, critico a parceria entre o Flu e a Unimed. Eu espero que ela continue tendo muito sucesso e prosperidade por muitos anos. Mas é condenável criar uma dependência excessiva do parceiro. Por mais estável que esteja a situação financeira nos dias de hoje, nunca se sabe o que vai acontecer no futuro. Ninguém poderia prever uma crise na Parmalat com a virada do milênio que, aliás, também afetou o Parma, clube italiano também patrocinado pela empresa.

O Corinthians e o São Paulo passaram boa parte do ano de 2012 atuando com camisas em branco porque não conseguiram o valor desejado com patrocinadores para estampar a parte dianteira dos uniformes. Neste ano, o Santos e o Palmeiras é que estão atuando com o uniforme em branco. E se os clubes estivessem a mercê do capital de um patrocinador master, como estaria a situação dos times? Teriam de vender seus elencos para fazer caixa sob o risco de perderem a qualidade técnica e amargarem um rebaixamento?

A bem-sucedida parceria entre Fluminense e Unimed deve, sim, ter continuidade. Mas não se pode esperar que o patrocinador salve o clube eternamente de todos os problemas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário