terça-feira, 19 de novembro de 2013

Não Resolve

Imagem extraída de http://www.facebook.com/coritibaoficial

Neste final de semana, mais um treinador foi demitido no Brasileirão 2013: trata-se de Péricles Chamusca que estava no Coritiba. O baiano deixa o Coxa após 11 jogos, com três vitórias, um empate e sete derrotas. A equipe paranaense está na zona de rebaixamento. O ex-meia Tcheco assume com o objetivo de livrar a equipe de mais um rebaixamento nas próximas três rodadas.

Diante dos fatos, eu me pergunto: o que o coitado do Tcheco pode fazer em apenas três rodadas e com pouquíssimo tempo para treinar? Como ele vai dar padrão de jogo à equipe? O que ele poderia fazer para motivar o elenco diante de tanta pressão com o time na corda bamba?

Há alguns dias atrás, o Vasco demitiu Dorival Júnior e contratou Adílson Batista. Será que resolveu alguma coisa? O time cruz-maltino continua na zona de rebaixamento e corre o risco de amargar seu segundo descenso só neste século.

O Fluminense demitiu Vanderlei Luxemburgo e contratou o mesmo Dorival Júnior no dia seguinte. Ganhou do São Paulo no domingo, é verdade, mas o Tricolor Paulista entrou em campo com o time reserva e, mesmo assim, o Flu precisou suar a camisa para vencer a partida.

A grande realidade do futebol brasileiro é a seguinte: quando há uma crise no clube, é sempre mais fácil colocar a culpa no treinador. É sempre mais barato demitir o comandante do que rescindir o contrato de um atleta, que pode acabar reforçando um clube rival. E os dirigentes sempre lavam as mãos durante os momentos de turbulência.

Um treinador precisa ter tempo e respaldo para realizar seu trabalho. Só assim ele consegue entrosar um elenco, dar padrão de jogo a um time e adotar formações mais ousadas -muitos treinadores adotam posturas estritamente defensivas justamente pelo medo de perderem o emprego.

Lá na Europa o treinador é sempre respeitado. Mesmo estrelas como Messi ou Cristiano Ronaldo sempre obedecem aos técnicos. Aqui no Brasil, no entanto, o treinador é sempre o lado mais fraco da corda. Segundo uma matéria do jornal Lance, Marcelo Bielsa teria se recusado a treinar o Santos justamente pela instabilidade do cargo no futebol brasileiro.

Vou usar aqui um argumento do grande Tostão: os treinadores deveriam criar um movimento para revindicar por melhores condições de trabalho. Ninguém consegue trabalhar sob tamanho estresse e pressão por resultados. Ou será que você consegue produzir algo trabalhando mais de doze horas por dia e com um chefe te ameaçando de demissão o tempo todo? Como se não bastasse a pressão vinda dos dirigentes, alguns torcedores mais exaltados chegam a ameaçar os técnicos.

Enquanto isso, a dança dos técnicos continua com cada vez mais participantes...

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