quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Apenas Sangue e Suor

Imagem extraída de http://www.facebook.com/CBF

A Copa do Mundo ainda nem começou e já estou ansioso pelo seu término. Fico pensando em quem irá suceder Felipão assim que a participação do Brasil no mundial terminar, tenha a Seleção conquistado o título ou não.

Assisti ontem à uma entrevista do treinador do Cruzeiro, Marcelo Oliveira, concedida ao programa Arena Sportv e gostei muito do que ele falou. Marcelo declarou que se inspira no saudoso Telê Santana, que gosta de colocar o seu time no ataque e valorizando a posse de bola. Bem ao contrário do que "professores" como Felipão, Tite, Muricy e Mano Menezes gostam de fazer.

Os dois jogos da Seleção Brasileira (contra Honduras e Chile) mostraram claramente a mentalidade de Felipão: ele gosta de atletas esforçados, que gostam de dar o sangue, mesmo que isto signifique enfraquecer a equipe tecnicamente.

Luiz Gustavo, por exemplo, cometeu um monte de faltas no jogo contra o Chile e participou pouco da partida. E ele já tem duas expulsões na Bundesliga 2013-14, mas continua tendo vaga cativa com Felipão. O Hulk é esforçado e brigador, mas não o vejo driblar, passar ou criar. Paulinho e Ramires são velozes e colocam dinâmica no jogo, mas não têm molejo para sair driblando. E o Felipão erra ao deixar o Paulinho muito preso à marcação, quando o seu forte é justamente subir para o ataque.

Os chilenos jogaram com muitos desfalques -Vidal, Aránguiz e Isla foram poupados- e, mesmo assim, a Roja chegou a ter 65% da posse de bola. O time de Jorge Sampaoli atacou e marcou muito bem no jogo de ontem e até merecia a vitória, mas pecou ao manter os jogadores muito afastados uns dos outros (o que ocasionou muitos passes errados) e insistir em demasia no jogo aéreo, quando deveria atuar mais com a bola no chão, lembrando que o time do Chile é formado, em sua maioria, por jogadores baixinhos. O goleiro Claudio Bravo deu alguns sustos quando tentou sair jogando com os pés.

Pelo Brasil, gostei muito da participação de Willian, a única "invenção" de Felipão que eu aprovei. Ele já merecia ser convocado desde os tempos de Shaktar Donetsk, mas, às exceções de Hulk e Bernard, os treinadores não convocam mais atletas que atuam no Leste Europeu. E o Neymar foi bem, mas deveria jogar mais próximo da área. Esse negócio de armar o time no 4-2-3-1 e mandar o atacante voltar para marcar tira o seu brilho: você rebaixa o melhor atacante brasileiro para um meio-campista comum. Do jogo contra os brucutus de Honduras nem falo muito: os caras chutaram mais as pernas dos brasileiros do que a bola.

Fico pensando na possibilidade de Marcelo Oliveira assumir a Seleção depois que o Felipão for embora no ano que vem. Se ele fez o "limitado" Cruzeiro ser campeão brasileiro com toda aquela autoridade, imagine se ele tivesse em mãos alguns dos melhores jogadores do mundo em atividade...

Nenhum comentário:

Postar um comentário