sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Sempre os Mesmos...

Imagem extraída de http://www.facebook.com/santosfc

Nesta semana, a diretoria do Santos anunciou que não irá renovar o contrato do treinador Claudinei Oliveira, e que um novo treinador será anunciado em breve. Segundo alguns jornais, o nome mais cotado é o de Ney Franco, treinador do Vitória. Foram ventilados também nomes como o de Abel Braga e Paulo Autuori, que estão sem clube.

Já expliquei qual foi o erro do Claudinei e também da diretoria santista: eles deveriam ter dado mais espaço aos garotos neste semestre para preparar um time forte para 2014. No entanto, ambos preferiram os resultados a curto prazo, passaram a priorizar a marcação e a parte física em detrimento à técnica e ao talento. Provavelmente acreditaram que Giva, Gabriel e Neílton iriam arrebentar logo na estréia, mas se esqueceram de que um garoto precisa de tempo para amadurecer das categorias de base até se tornar um atleta completo. Como não tiveram paciência para isso, preferiram o caminho mais fácil.

Gostaria de saber, no entanto, por que os treinadores especulados nos clubes são sempre os mesmos. Toda vez que um técnico é demitido, surgem sempre os mesmos nomes como opção. Ninguém quer dar espaço a um novato com boas ideias, preferindo colocar um medalhão para dirigir um time. Mais triste ainda é saber que a maioria dos nomes ventilados não é de ex-atletas, pessoas com vivência em campo e que, portanto, poderiam ensinar a um garoto algo mais do que marcar ou bater faltas.

Neste ano, os treinadores de renome decepcionaram. Vanderlei Luxemburgo passou pelo Grêmio e pelo Fluminense sem sucesso. Paulo Autuori dirigiu o Vasco e o São Paulo, mas não deixou saudades em nenhum dos dois. Dorival Júnior rodou por Flamengo, Vasco e agora tenta livrar o Fluminense da Série B em apenas três rodadas. Isso sem falar em algumas das demissões que eu considerei injustas, como a de Abel Braga no Fluminense e a de Tite do Corinthians.

Os clubes precisam investir em novos talentos não apenas em suas categorias de base, mas também no comando. Seria muito bom ver ex-craques com identificação com os clubes contribuindo com a formação de novos talentos, ensinando os valores da instituição e passando sua vivência em campo às futuras gerações de craques, seja nas categorias juvenis, seja nas equipes profissionais.

Os dirigentes também precisam dar respaldo aos treinadores. Não adianta nada colocar um sujeito e esperar que ele arrume a casa em um ou dois jogos. Acho que nem Pep Guardiola ou Alex Ferguson seriam capazes de tal feito. Os cartolas não se podem deixar abater pela pressão por resultados a curto prazo e transferir essa cobrança aos técnicos. Ou, pior ainda, alguns dirigentes jogam o comandante e os atletas para a torcida quando a situação fica complicada. Quando agem assim, estão lavando as mãos e transferindo sua incompetência aos subordinados.

O Santos tem um verdadeiro celeiro de craques, e isso não é de hoje. O que faltou ao Peixe neste ano foi justamente paciência para lapidar esses diamantes e transformá-los em pedras preciosas. Vale lembrar que Diego, Robinho, André, Ganso e Neymar foram efetivados em épocas de vacas magras, quando o clube praiano não podia investir em grandes contratações.

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