sábado, 9 de novembro de 2013

Tentativa e Erro

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München-
http://www.facebook.com/FCBayern

Pois é, mais um post falando a respeito do futebol alemão. Já escrevi sobre o meu Borussia Dortmund, o Schalke 04, o Bayer Leverkusen e dezenas de atletas alemães. Não dá para negar que o futebol alemão está em evidência, com bons atletas, boas equipes, bons jogos e, principalmente, muito investimento no esporte, desde as categorias de base até os dirigentes.

O Bayern München não é o maior clube da Alemanha -e também um dos melhores do mundo- por acaso: trata-se de uma equipe muito bem administrada por pessoas que entendem de futebol em todos os níveis. Há amplo investimento na formação de atletas, mas sempre há espaço para contratações pontuais e talentos revelados fora das dependências do clube. O fruto de todo esse investimento se vê nas boas campanhas que o time de Munique faz ano após ano. Nem sempre consegue os troféus, mas o clube está sempre em evidência.

O Bayern é o clube alemão que mais vezes faturou a Champions League, com cinco títulos: 1974, 1975, 1976, 2001 e 2013. Foi, ainda, vice-campeão em 1982, 1987, 1999, 2010 e 2012. Das últimas quatro finais disputadas, o clube bávaro esteve presente em três (2010, 2012 e 2013) e teve a oportunidade de colocar ainda mais troféus em sua estante. Não teve sucesso ante a fechada Internazionale de José Mourinho em 2010 e contra o retrancado Chelsea de Roberto Di Matteo em 2012. Estas derrotas, contudo, foram decisivas para que a equipe de Munique ganhasse maturidade, entrosamento e ganhassem tudo em 2013.

Em 2010, o time era comandado pelo atual treinador da Seleção Holandesa, Louis van Gaal. O holandês barrou vários astros da equipe, incluindo Luca Toni (transferiu-se para a Roma) e Miroslav Klose (ele ficou esquentando banco na final da Champions League 2009-10 para Ivica Olić). Isto não impediu, contudo, que o Bayern fizesse uma boa campanha em 2010 com a conquista da Bundesliga e da DFB Pokal. Ironicamente, a Alemanha, que tinha o Bayern como base, deu uma bela surra por 4x0 na Argentina (que tinha a Inter como base) durante a Copa de 2010.


O Bayern na final da Champions 2009-10. Ribéry, suspenso, foi
desfalque na partida. A equipe tinha, ainda, Mario Gómez e
Miroslav Klose no banco, mas o time pouco pode fazer ante a
iluminada Internazionale na final (obtido via this11.com).

Em 2012, já sob o comando de Jupp Heynckes, o Bayern manteve a base apesar da troca de treinadores. A equipe ficou um ano sem títulos e sofreu nas mãos do meu Borussia Dortmund durante a temporada 2011-12. Isso sem falar na dramática derrota para o retranqueiro Chelsea nos pênaltis, em plena Allianz Arena.


Bayern na final da Champions 2011-12. A base elaborada por
van Gaal foi mantida e a equipe manteve o 4-2-3-1. Heynckes, no
entanto,  errou nas substituições ao trocar Müller por van Buyten e
recuar a equipe, oferecendo espaço a Juan Mata e Drogba.
O time sofreu o empate e caiu nos pênaltis (obtido via this11.com).

Apesar da temporada sem títulos, os dirigentes deram um voto de confiança a Heynckes e ele permaneceu no cargo durante a sessão seguinte. Vieram bons reforços: Mario Mandžukić (artilheiro pela Croácia na Euro 2012, que estava no Wolfsburg), Javi Martínez (volante campeão pela Espanha na Copa 2010 e na Euro 2012, contratado junto ao Athletic Bilbao) e Dante (que estava no Borussia Mönchengladbach) . O trio não demorou a se firmar como titular. Azar de Mario Gómez e Luiz Gustavo, que perderam espaço para o croata e para o espanhol, respectivamente. A essência do time, contudo, permaneceu a mesma.


Em 2013, enfim a consagração sobre o Borussia Dortmund.
Será que Dante, Martínez e Mandžukić fizeram tanta diferença assim?
O trio de jogadores foi a grande mudança com relação
a temporada 2011-12 (obtido via this11.com).
O Bayern pouco mudou durante as três finais disputadas. Houve uma troca de treinador em 2011, mas a formação tática, o elenco e o estilo de jogo pouco sofreram alterações. Aqui no Brasil sempre que acontece uma derrota desse tipo fala-se em mudanças profundas. O clube bávaro, contudo, quase não mudou de 2010 pra cá. Teimosia? Visão empreendedora? Confiança no elenco? Independente do motivo, a manutenção do grupo foi crucial para que a equipe ganhasse entrosamento, confiança e, principalmente, aprendesse com os erros das outras duas outras oportunidades.

O Bayern perseverou e acreditou em seu elenco. A equipe sofreu pequenas alterações e foi fiel à sua essência do começo ao final. E colheu os frutos pela sua persistência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário