terça-feira, 12 de novembro de 2013

Um Toque para o Kleina

Imagem extraída de http://www.facebook.com/sePalmeiras

Hoje o Palmeiras provavelmente será campeão do Campeonato Brasileiro Série B. Não há como negar. Ainda assim, a permanência de Gilson Kleina para 2014 não é certa devido a sua falta de ousadia e placares magros apesar dos fracos adversários. Isso sem falar nas derrotas bizarras contra oponentes do "porte" de ICASA, ABC, América-MG, ...

O problema do Palmeiras elaborado por Kleina é óbvio: em sua obsessão por defender, o treinador sacrifica todo o poder criativo da equipe. O resultado são equipes que ganham muito mais na raça do que na técnica ou habilidade. E, acredite, a equipe já chegou a atuar ainda mais recuada com três volantes (Márcio Araújo, Wesley e Charles) e uma linha de quatro defensores.


O 4-4-2 "losango" de Gilson Kleina, que pode se tornar um
4-2-3-1 dependendo do posicionamento de Mendieta e
Leandro (obtido via this11.com)
O treinador deveria aproveitar que o Palmeiras tem "gordura" de sobra na tabela e experimentar esquemas ousados, colocando o time no ataque e valorizando a posse de bola. O elenco do Palmeiras até pode ser considerado "limitado", mas há bons atletas no plantel. Os gringos Valdívia e Mendieta sabem jogar bola e acrescentam um pouco de criatividade no árido time alviverde. O Alan Kardec é um bom atacante e pode decidir uma partida.


Sugestão com três atacantes e dois armadores, seguindo o modelo
do Barcelona: mais criatividade no meio-de-campo, mais pressão
no adversário e manutenção da bola no campo de ataque para
que os zagueiros e volantes não tenham de trabalhar tanto
(obtido via this11.com)

Um dos grandes erros cometidos pelos treinadores brasileiros é priorizar a defesa em demasia, recuando a equipe. Isso faz com que os times levem sufoco o tempo todo, obriga os jogadores a cometerem muitas faltas (o rival passa a se infiltrar com mais frequência) além de oferecer a bola e o campo para o adversário jogar como quiser. Um dos ensinamentos deixados pelo Barcelona é justamente negar a posse de bola ao adversário, impedindo que o rival crie oportunidades de gol. Os treinadores alemães como Jupp Heynckes e Jürgen Klopp demonstraram que bons volantes não se restringem a marcar e também ajudam na criação de oportunidades. Tal argumento, contudo, é pouco aceito aqui no Brasil, às exceções de Hernanes, Ramires, Elias e Paulinho. Wesley e Charles podem não ser Bender e Gündoğan, mas eles fazem muito mais do que marcar em campo.


4-2-3-1 com Wesley e Charles tendo liberdade para subir e
ajudar Valdívia na armação, além de Leandro e Mendieta abertos
(obtido via this11.com)
Há, por fim, a possibilidade de testar o esquema proposto por Marcelo Bielsa e Jorge Sampaoli, com aquele monte de volantes que os "professores" do Brasil tanto gostam, mas com a possibilidade de acrescentar o toque de bola e a coletividade no Verdão.


3-1-3-3/3-3-1-3. Os atletas ficam distribuídos de modo a facilitar
a troca de passes sem, contudo, comprometer a marcação
graças à presença de três defensores e três volantes
(obtido via this11.com).

No Palmeiras há o consenso de que Kleina foi um treinador suficiente para trazer o Verdão de volta à Série A, mas não há a garantia de que ele seja o comandante ideal para o centenário alviverde dada a grande dificuldade que o técnico teve para obter os resultados contra adversários que não chegam nem aos pés do Palestra.

O Palmeiras, com o acesso e o iminente título da Série B, ganha um alento para a crise, mas não se deve esperar grandes contratações nem grandes resultados a curto prazo. Tais argumentos reforçam a possibilidade de que Kleina possa ficar em 2014. O treinador, no entanto, deveria buscar o "algo mais" e fazer seu elenco considerado "limitado" impor respeito em campo, jogar com ousadia e esmagar os adversários restantes com goleadas homéricas. Falta também aproveitar mais os garotos da base -eu acabei de ler no Facebook do clube que as equipes de juniores estão jogando bem e obtendo bons resultados. Há, portanto, boas opções de atletas formados no próprio Palestra.

Pode ter certeza de que com futebol bonito e com placares mais elásticos, o elenco ganharia confiança e o Palmeiras voltaria a ser o time que foi nos anos 60, 70 e 90.

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