segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Onde Estão os Treinadores do Brasil?

Imagem extraída de http://www.facebook.com/cruzeirooficial

Falta muito pouco para que o Cruzeiro chegue ao seu terceiro título nacional e, com isso, Marcelo Oliveira deve ser eleito como o melhor treinador de 2013 ao levar a Raposa ao tri.

Dois motivos credenciam Marcelo à honra de ser o melhor técnico do Brasil. O primeiro é o fato do treinador realmente merecer, afinal ele tem em mãos um time com poucos craques e, mesmo assim, a equipe atua com coletividade, toque de bola, ofensividade e muitas trocas de posições para confundir o adversário. O segundo motivo é que há poucos treinadores à altura de Marcelo, uma vez que a grande maioria dos "professores" nega-se a sair do lugar comum e continua com aquela mentalidade de que é muito mais importante evitar a derrota do que buscar a vitória.

Muricy Ramalho arrumou o meu São Paulo e o "Muricybol" está um pouco melhor do que em 2006-2009, com a equipe trocando mais passes e valorizando a posse da bola -graças a Ganso e Maicon, que sabem jogar com a bola no chão e contribuem com essa evolução. Mas o treinador continua muito pragmático e dependente da bola parada. E o time continua vencendo apenas por placares apertados (3x2, 1x0, 2x1) quando poderia buscar um resultado mais tranquilo à equipe. E há bons jogadores para isso.

Não sei explicar o caso de Tite. Não sei dizer se o treinador faz poucas alterações no time por teimosia ou porque já desencanou do ano de 2013. O fato é que ele não tira nenhum de seus "intocáveis" volantes para dar espaço a mais um meia e, com isso, aumentar a criatividade da equipe. Adivinha qual foi o resultado  que ele conseguiu ontem contra o Vitória? Detalhe: Tite está praticamente com o mesmo elenco que venceu a Libertadores e o Mundial em 2012 -perdeu apenas Castán, Paulinho e Jorge Henrique entre os titulares- e, mesmo assim, o Timão não reage.

Clemer e Oswaldo de Oliveira, os treinadores de Inter e Botafogo respectivamente, têm bons elencos à disposição, mas suas equipes jogam um futebol extremamente burocrático. O Fogão tem Seedorf e Lodeiro mas a equipe carioca vem colecionando vários resultados ruins e o Glorioso, com a derrota para o Goiás, corre o risco até de perder a vaga para a Libertadores que era dada como certa. E o Inter, que tem D'Alessandro e Alex Raphael, não consegue ir a lugar nenhum.

Alguns treinadores até vestiram a "máscara" do "futebol eficiente". Renato Gaúcho, em entrevista, declarou que "quem quisesse ver futebol bonito que fosse assistir ao Barcelona jogar".

Uma exceção honrosa é o Atlético Mineiro do Cuca, que joga um bom futebol. Mas o Galo não conta porque está de "férias" desde que ganhou a Libertadores deste ano. O time mineiro, aliás, está com vários desfalques e jogando apenas para o gasto, mas nem precisou se esforçar muito em campo para chegar à sexta posição do torneio. Mais uma prova de como o nosso futebol está nivelado por baixo.

O nosso futebol precisa urgentemente formar novos treinadores e, principalmente, mudar a mentalidade de jogo. Precisamos de mais ex-atletas atuando como técnicos, de preferência antigos craques e com identificação com os clubes, pois esses caras podem ensinar um garoto a driblar, a finalizar, a tocar a bola e, principalmente, eles sabem quem é craque e quem não é. Precisamos também voltar a treinar fundamentos e jogar mais no ataque. Não aguento mais ver tanto passe errado, chutões, burocracia e retranca. Os cartolas, no entanto, não compactuam com isso e quase sempre preferem investir em um treinador "experiente" (mesmo que ele seja um técnico ruim ou ultrapassado) ao invés de dar chance a algum jovem com novas ideias.

Enquanto isso não acontece, espero que Marcelo Oliveira seja, de fato, eleito como melhor treinador do Brasil em 2013. Quem sabe seu triunfo não encoraje nossos "professores" a mudar de atitude.

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