segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Oh, Minas Gerais!

Imagem extraída de http://www.facebook.com/atleticooficial

Oh, Minas Gerais. Estado brasileiro de tamanha importância na história deste país. Foi palco do terceiro ciclo econômico do Brasil Colônia graças às grandes jazidas de metais preciosos presentes na região, daí o nome pelo qual é conhecido até hoje. Foi palco da Inconfidência Mineira, a revolução que nunca ocorreu. Teve participação fundamental na "República Velha" e também na implantação do "Estado Novo". Isso apenas para citar o que está nos livros de história para o ensino fundamental e médio.

Minas Gerais, em 2013, também foi o palco para o renascimento do futebol-arte. O palco para futebol que não apenas conquista resultados e títulos, mas também enche os olhos do espectador e encanta pela sua beleza e plasticidade como há muito não se via.

O Atlético Mineiro e o Cruzeiro conquistaram Libertadores e Brasileirão com todos os méritos possíveis. Duas equipes ofensivas, com lances bonitos e que em momento algum deixaram de atacar para segurar o resultado, como um monte de "professores" gostam de fazer.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/atleticooficial

O Galo, sem dúvida, foi uma grata surpresa vinda do experiente técnico Alexi Stival, o Cuca, treinador boa-praça e, por vezes, dramático. Faltava-lhe apenas um grande título para consagrar a sua já extensa carreira.

Cuca armou seu elenco com volantes pouco participativos no ataque (Josué, Pierre, Donizete e Richarlyson) mas compensava com um bom trio ofensivo. Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli e o garoto Bernard (revelado nas bases do próprio Atlético) davam um verdadeiro show com velocidade, jogadas verticais, dribles e criatividade. Mesmo após a eliminação do meu Tricolor da competição, continuei acompanhando o torneio apenas para ter o prazer de ver alguns lances bonitos protagonizados pelo trio. E digo que valeu a pena!

Além dos três, vale destacar o oportunismo de Jô (bom centroavante), a versatilidade do lateral-direito Marcos Rocha (outra cria da base atleticana que sabe marcar e armar com a mesma eficiência), o bom zagueiro Réver e o ótimo goleiro Victor.

O Atlético, atualmente, está de "férias" do Brasileirão, vai buscando uma maneira de repor Bernard (que se transferiu para o Shaktar Donetsk e de recuperar Ronaldinho Gaúcho (lesionado). O atacante Fernandinho (ex-São Paulo e Barueri) vem desempenhando bem a função de substituir o garoto.


Uma das formações adotadas por Cuca na Libertadores:
um falso 4-4-2 com Bernard e Tardelli nas alas e Ronaldinho na
armação pelo meio (obtido via this11.com).

O Cruzeiro, por outro lado, dava pinta de que seria novamente um coadjuvante no Brasileirão 2013. Os dirigentes, no entanto, acertaram ao perseverar com o elenco e com o treinador Marcelo Oliveira.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/cruzeirooficial

O treinador Marcelo Oliveira teve passagens pelas categorias de base da Seleção Brasileira e também pelo Coritiba, onde conquistou estaduais e foi duas vezes vice-campeão da Copa do Brasil. Seu estilo sempre foi o do jogo coletivo com o toque de bola. Outra grande sacada do treinador foi adotar a troca de posições entre os seus jogadores. Não era raro ver zagueiros atuarem como volantes, meias com presença de área ou laterais apoiarem os alas.

O elenco da Raposa foi composto por bons atletas mas, que por algum motivo, não se firmaram em outros grandes clubes. Borges e Dagoberto, por exemplo, não deixaram muitas saudades no meu Tricolor. Éverton Ribeiro e Willian tiveram passagens apagadas pelo Corinthians. O quarteto, no entanto, foi fundamental para a conquista do tricampeonato pelo time celeste.


O Cruzeiro no jogo contra o Vitória: um 4-3-3/4-2-3-1 com
muita leveza, toque de bola e trocas de posições para confundir
a marcação adversária. Muitos gols e muito futebol bonito
(obtido via this11.com).

O bom desempenho dos dois clubes mineiros recoloca o Estado de Minas Gerais em evidência no futebol, além de resgatar valores que estavam esquecido no futebol brasileiro: ofensividade, dribles e coletividade. Eu espero, no entanto, que os dirigentes dos dois clubes não deixem a peteca cair nas próximas temporadas: o elenco estará muito valorizado e a tendência é de que muitos deles sejam vendidos para fazer caixa. E as reposições precisam ser bem feitas, tomando cuidado pra não se deixar empolgar com os lucros obtidos e encher os times de medalhões. É necessário contratar apenas o que for realmente necessário além de se investir nas categorias de base, algo que também está faltando nos grandes clubes brasileiros.

No passado, muitos vieram a Minas Gerais em busca de joias e metais preciosos. Hoje em dia, pode-se encontrar joias desfilando nos gramados do Estado.

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