Optei por não fazer críticas à gestão do presidente do São Paulo Futebol Clube, Juvenal Juvêncio, na semana passada após a derrota para o Corinthians no domingo ou após a virtual eliminação contra o The Strongest na quinta-feira. Achei que haveria um momento mais oportuno para pedir sua saída.
Juvenal é presidente desde 2006 e, deste então, fez manobras políticas para estender seu mandato. Sua administração trouxe maior investimento nas categorias de base, com um moderno CT instalado na cidade de Cotia, na Grande São Paulo. Foi também sob seu mandato que o Tricolor faturou os títulos dos Campeonatos Brasileiros de 2006, 2007 e 2008, além da Sulamericana conquistada no ano passado.
O cartola, porém, trouxe muitos problemas para o São Paulo, ao bater de frente com o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e com a Rede Globo. Ao mesmo tempo, Juvenal afastou vários ex-aliados importantes que faziam a infra-estrutura tricolor funcionar, como Marco Aurélio Cunha, Luiz Rosan, Carlinhos Neves e Turíbio Leite, além de seu ex-braço direito Leco. Com isso, o cartola acabou com a estrutura do clube e ainda deu fim a um dos alicerces que faziam do São Paulo um exemplo de administração: a democracia e a rotatividade no poder. Lembram que nos anos 2000, no São Paulo sempre havia eleições, enquanto Santos, Palmeiras e Corinthians permaneceram anos com o mesmo presidente?
Eu não tenho nada pessoal contra o Sr. Juvenal Juvêncio, porém sua gestão desgastou-se e parece atender muito mais às necessidades do presidente do que do clube.
Não há motivo para haver crise no São Paulo. O elenco é bom, o treinador faz a equipe trocar passes, as finanças estão em dia e o clube ainda tem infra-estrutura. Dessa forma, resta apenas o presidente largar o osso e convocar eleições gerais para restaurar o clube como era.
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