quinta-feira, 11 de abril de 2013

Um Líder Também Precisa Ter Humildade

Não podemos menosprezar a história que Lúcio tem no futebol. Projetado no Internacional de Porto Alegre, o brasiliense passou mais de dez anos na Europa. De lá pra cá, ele faturou três vezes a Bundesliga (pelo Bayern München), uma Serie A, uma Champions League e um Mundial Interclubes (pela Internazionale de Milano). O zagueiro também foi campeão pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2002 e na Copa das Confederações em 2005 e 2009.

Lúcio, no entanto, passou por maus momentos no São Paulo, seu atual clube. Após ser expulso de maneira infantil contra o Palmeiras, o pentacampeão se desentendeu com o técnico Ney Franco durante a derrota por 2x1 diante do Arsenal de Sarandí. A certa altura, o zagueiro já era reserva e foi cogitado na lista de dispensa do clube.

Nas últimas duas partidas no Paulistão, no entanto, Lúcio viu a chance de limpar o seu nome com o clube. Fez boas exibições contra o Botafogo de Ribeirão Preto e contra o União Barbarense. Dois times fracos, devo ponderar, mas era tudo o que o zagueiro precisava para se reerguer. Ele recebeu a faixa de capitão "por acaso" diante do Botinha, após Fabrício ter sido substituído para não ser expulso. E não a tirou mais. No jogo contra o Pantera, o pentacampeão fez seu primeiro gol e exaltou a união do elenco, demonstrando que o desentendimento estava superado.

Lúcio nunca foi um jogador muito técnico, mas compensa com esforço e com o fato de ser um zagueiro de poucas faltas. E mesmo com o time desmoralizado, ele nunca negou fogo e sempre tentou fazer alguma coisa para reverter um placar desfavorável ou motivar a equipe como um líder. Foi assim contra o derradeiro jogo contra a Holanda na Copa de 2010. Aliás, Lúcio foi um dos poucos jogadores que saiu bem da dramática Copa de 2006, quando chegou contestado pelas exibições ruins, mas mostrou fibra e esforço, contrastando com uma equipe apática que tinha Ronaldo, Adriano, Kaká e Ronaldinho Gaúcho. E ele nunca se envolveu com noitadas ou badalações, e tem pouquíssimas lesões em seu histórico.

Lúcio errou? Sim, ele errou. Mas grandes jogadores também erram, inclusive os "bons moços", que é o perfil no qual o zagueiro se encaixa. Até mesmo Kaká errou ao ser expulso contra a Costa do Marfim, em 2010. Ou São Marcos, que foi expulso após se desentender com um atacante no Paulistão de 2008. Bons moços e líderes também erram. Por que com você seria diferente, Lúcio? Você é tão humano quanto qualquer um deles.

O fato de Lúcio ter reconquistado sua posição mostra que ele teve a humildade de reconhecer seus erros ante os companheiros e o treinador. E, com suas boas exibições, o zagueiro também parece ter conseguido o perdão da torcida.

Parabéns, Lúcio. Errar é humano, mas pedir perdão é demonstração de maturidade e humildade, características que nunca faltaram a você.

Seja sempre assim.

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