Já faz algum tempo que eu não tenho notícias sobre o Liverpool. Pudera, há anos o time não fatura algum título de importância (conseguiu apenas a Copa da Liga Inglesa na temporada passada), ficou fora das competições internacionais e investiu alto em contratações que não deram o retorno esperado, como foi caso de Andy Carroll.
Nem parece que o Liverpool é um dos maiores vencedores da Champions League. Os Reds ostentam cinco títulos na competição européia. Isso mesmo: CINCO títulos. É o terceiro maior vencedor da competição, ficando atrás apenas do Real Madrid (9 títulos) e Milan (7 títulos). Nem o Barcelona, o Bayern München ou o arquirrival Manchester United têm mais troféus na Champions que o time da terra dos Beatles.
A última vez que o Liverpool fez uma campanha digna de suas tradições foi em 2004/05 -lembrando que na Europa as campanhas começam e terminam na metade do ano, o que corresponde ao verão europeu. Naquela temporada, os Reds faturaram sua quinta Champions com um time que contava com Xabi Alonso, Milan Baros, Sami Hyypiä, Carragher e o capitão Steven Gerrard. O treinador era Rafa Benítez, que caiu em desgraça após sua saída do Liverpool e nunca mais conseguiu se firmar em time algum. Sua saída do Chelsea é questão de tempo.
Não torço (ainda!) para nenhuma equipe na Inglaterra, mas nunca escondi minha simpatia pelo Liverpool. É um time simpático, cultuado por uma torcida apaixonada que nunca deixa de apoiar a equipe mesmo nos maus momentos e que possui uma história maravilhosa. O elenco não é ruim. Temos bons jogadores, como Pepe Reina, Luis Suárez e, ainda, o grande Gerrard. Aliás, o capitão dos Reds é um exemplo de conduta, liderança e compromisso com time. É um atleta de habilidade razoável, atua como volante e meia-armador e, mesmo sendo o "dono" do time, ele nunca deixa de servir o companheiro melhor posicionado para fazer gols. É um atleta com rara visão de jogo, querido e respeitado até mesmo pelos adversários -Wayne Rooney, atacante do arquirrival Manchester United, chegou a pedir que Gerrard fosse nomeado capitão da Seleção Inglesa.
O desempenho na atual campanha mostra que ainda há alguma chance de, ao menos, chegar à Europa League, uma vez que o Liverpool ocupa a sétima posição da Premier League com 49 pontos. A participação e, quem sabe, um título em um torneio desse nível é tudo que os Reds precisam para voltar a ter a projeção necessária e iniciar a caminhada de volta aos seus dias de glória.
Ainda é cedo para o Liverpool voltar a pensar em grandes conquistas, mas se os dirigentes e o treinador tiverem a competência necessária e se esforçarem para manter o elenco para as próximas temporadas, poderemos ter novamente os Reds brilhando na mais importante competição européia.
PS. Gostaria que as camisas do Liverpool voltassem a ser vendidas no Brasil. Desde a temporada passada, o Liverpool terminou o contrato com a Adidas e assinou com a Warrior -que propôs um contrato muito vantajoso sob o ponto de vista financeiro. Financeiro apenas para o clube, pois o Liverpool é (ou era) um dos times que mais vendem camisas no mundo, inclusive aqui no Brasil e, como o mercado da Warrior é mais restrito, os Reds perderam uma grande chance de propagar ainda mais a sua marca.
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