sábado, 20 de abril de 2013

Klopp, o Mágico

Qual o melhor treinador do mundo da atualidade? Certamente, muitos dirão Guardiola, del Bosque, Mourinho, Sir Alex Ferguson, etc. Há quem prefira defender o "produto nacional" e mencionar os nomes de Felipão ou Tite. E eu prefiro dizer que esse homem é Jürgen Klopp, treinador do Borussia Dortmund e campeão da Bundesliga duas vezes consecutivas pelos aurinegros.

Mas afinal, o que Klopp tem de especial? O que o faria melhor que Guardiola, Mourinho ou del Bosque?

Simples. Certa vez, fiz um post explicando o porquê de Josep Guardiola, Arsène Wenger e Klopp serem bons treinadores: todos os três montaram grandes elencos a partir do zero. O alemão, no entanto, não dispunha de um grande clube sob o ponto de vista financeiro, quando comparado ao Barcelona ou ao Arsenal. Assim, Klopp teria de montar um elenco com garotos revelados na base, atletas vindo de clubes menores ou com "sobras" de outros times. E ainda teria de lidar com as constantes perdas de atletas para os clubes mais ricos, uma vez que o Borussia não tem como -por enquanto- competir financeiramente com Barcelona, Real Madrid, Manchester United e com os clubes financiados por magnatas do Oriente Médio e Leste Europeu. Ele teria de tirar algum coelho da cartola com os jogadores disponíveis.

Logo em sua primeira temporada, em 2008, Klopp fez sua primeira "mágica" e venceu a Supercopa da Alemanha sobre o favorito Bayern München, que viria a ser sua "vítima preferida". Alguns anos depois, em 2011, Klopp faria sua segunda "mágica" e venceria a Bundesliga 2010-11 com um elenco predominantemente jovem mas muito técnico e muito habilidoso. E viria a repetir a "magia" na temporada seguinte.

O sucesso do Borussia chamou a atenção dos clubes mais ricos e o clube aurinegro não teve como segurar alguns de seus jogadores importantes, como Nuri Sahin (que voltou na metade desta temporada) e Shinji Kagawa. Mas isso não parece ter sido problema para Klopp, que soube muito bem como encaixar os substitutos contratados pelo clube e o time continuou jogando no mesmo nível.

Klopp não recorre ao "futebol eficiente" e faz o time atacar. Ele utiliza o 4-2-3-1 -o esquema favorito de alemães e franceses- com dois meias-atacantes abertos pelas pontas (Reus e Kuba/Grosskreutz), um meia central (Götze) e um centroavante (Lewandowski). E o treinador permite que os laterais, os volantes e, às vezes, até os zagueiros subam para o ataque, mas diferente do Bayern, o Borussia cria oportunidades trocando passes e valorizando a posse de bola, ao invés de fazer jogadas individuais velozes. A execução das jogadas lembra muito o Barcelona.

Nas entrevistas, o treinador alemão esbanja bom humor e simpatia. Guardiola e Mourinho foram algumas das "vítimas" das gracinhas de Klopp.

Meu único temor em relação ao técnico é o mesmo que eu tenho em relação aos jogadores: por conta do sucesso que ele está fazendo à frente do Borussia, há dirigentes de outros clubes de olho no trabalho do alemão. O seu estilo ofensivo e de valorização de posse de bola está em falta mesmo na Europa. E Klopp ainda é jovem, poderia prestar serviços a um clube por muito tempo.

Parabéns pelo excelente trabalho, Klopp. Mesmo que você não consiga a ganhar a Champions League nesta temporada, você já deixou um grande legado no futebol. Não apenas na Alemanha, mas no mundo inteiro.

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