quarta-feira, 10 de abril de 2013

Trocar Passes é Chato?

Sou defensor ferrenho das equipes que trocam passes. Sou fã do futebol da Espanha, principalmente do Barcelona, do Athletic Bilbao, do Valencia, do Atletico de Madrid e da própria Seleção Espanhola. Todos "trocadores de passes". Além deles, aprecio o jogo do Borussia Dortmund, do São Paulo, do Arsenal, de alguns times chilenos (como a Universidad de Chile, montada pelo grande Jorge Sampaoli) e da própria Seleção Chilena (que hoje é comandada pelo próprio Sampaoli). E curto um pouquinho a Juventus, que joga com a bola no chão, apesar de ser um time estritamente defensivo.

Muita gente aqui no Brasil não aprecia o Barcelona. Normal. Foi um time que teve uma exposição exagerada nos anos e o público brasileiro tende a se cansar quando um assunto é explorado até os últimos limites. Inclusive, alguns internautas comentaram que era uma "modinha do Barcelona", que estaria sendo praticada por pessoas que "torcem para o time que está ganhando". Mas alguns destratores afirmam que o futebol do Barça é chato, monótono, sonolento e sem graça. Algum motivo para isso além da superexposição do time catalão?

Simples: o brasileiro, desde os tempos de Pelé e Zico acostumou-se com um futebol mais movimentado, com jogadas velozes e mais verticais. Mesmo em equipes que jogavam coletivamente, como o Brasil de 1982, o futebol brasileiro sempre se caracterizou pela velocidade e pelo espetáculo. Como bem observou o grande Tostão em sua coluna pela Folha de São Paulo, o brasileiro gosta de improvisar, enquanto o futebol europeu é mais disciplinado e organizado. Na Europa os atletas "guardam" mais as suas posições.

O Barcelona de Josep Guardiola (entre 2009 e 2012) não era um time muito movimentado: ao invés dos jogadores, era a bola que corria. Uma forma de preservar os jogadores fisicamente e também de obter opções de passes.

Em nosso futebol, por outro lado, deixamos o drible e a troca de passes de lado, com algumas poucas exceções. Restou a movimentação intensa dos jogadores que tentam roubar a bola no campo de defesa e fazer um contra-ataque veloz aproveitando os avanços do adversário. Não é o tipo de jogada que aprecio. Como disse em outros post, você acaba ficando a mercê de uma falha do adversário, coisa que nem sempre ocorre. Além disso, jogar na defensiva e na marcação promove um jogo mais "pegado", com mais contato, coisa que o brasileiro acabou se acostumando com o São Paulo do Muricy, com o Inter do Abel e com o Corinthians do Tite e Mano Menezes.

Gostar do estilo do jogo do Barcelona é questão de opinião. Os fãs do jogo "pegado" vão dizer que preferem futebol de marcação dizendo que é mais emocionante e menos parado. Eu prefiro a troca de passes: você dá o tom ao jogo e ainda impede o adversário de jogar. Isso sem falar que com menos movimentação, diminuem as chances de haverem lesões.

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